1-Muhammad o Mensageiro de Deus (Breve Biografia)
Nos anais da história dos homens, não tem faltado aqueles que notadamente devotaram as suas vidas à reforma sócio-religiosa de seus povos, encontramo-los em todas as épocas e em todas as partes. Na Índia, viveram os que transmitiram ao mundo os Vedas, e também houve Gautama Buda; a China teve o seu Confúcio; Zoroastro deixou o Zend Avesta, no Irã, a Babilônia deu ao mundo um dos maiores reformadores, o Profeta Abraão (sem falar nos seus ancestrais), o povo Judeu também merece orgulhar-se de uma série de reformadores, como Moisés, Samuel, Davi, Salomão e Jesus entre outros. Todos esse reformadores alegavam, ser portadores, cada um deles, de uma missão divina, deixaram livros sagrados, que incorporavam códigos de vida para orientação de seu povo.Mas, a isto, sempre se seguiram guerras fratricidas, massacres e genocídios transformavam-se na ordem do dia, ocasionando, uns mais, outros menos, a perda quase total das suas mensagens. Dos Livros de Abraão, restaram-nos somente os nomes; e quanto aos livros de Moisés, a história nos conta como foram repetidamente destruídos e só parcialmente restaurados.
O Conceito de Deus
A julgar pelas relíquias do passado, já trazido à luz, do conhecimento do ''homo sapiens'', descobrimos que o homem sempre esteve consciente da existência de um Ser Supremo, Senhor e Criador de tudo. Os métodos e as abordagens podem Ter sido diferentes, mas todos os povos, de todas as épocas, deixaram provas das suas tentativas de obedecer a Deus, a comunicação com o Onipresente, porém invisível Deus, também foi reconhecida como possível, por uma reduzida porção de homens e por alguns espíritos nobres e exaltados. Se essa comunicação assumia a forma de encarnação da Divindade, ou consistia, simplesmente, na resolução de um meio receptor das mensagens divinas, através da inspiração ou da revelação, o propósito sempre foi o de servir de orientação para o povo, era mais do que natural que certas interpretações e explicações viessem a se provar mais importantes e convincentes do que outras. No final do 5º século, após o nascimento de Jesus Cristo, os homens já haviam alcançado grandes progressos, em diversos campos da vida, nessa época, algumas religiões, que apregoavam abertamente que se destinavam apenas a determinadas raças e grupos de homens, está claro que não ofereciam remédio para os males da humanidade em geral. Havia, também, algumas, que proclamavam a universalidade, mas declaravam que a salvação do homem, residia na renúncia ao mundo, estas eram religiões para a elite, e atendiam a um número limitado de homens. Não precisamos falar das regiões onde inexistia qualquer religião, onde o ateísmo e o materialismo reinavam absolutos, onde o pensamento se ocupava exclusivamente com os próprios prazeres, sem qualquer ressalva ou consideração pelos direitos alheios. O exame do mapa do maior hemisfério, nos mostra a Península Arábica, situada no ponto de confluência dos três grandes continentes; Ásia, África e a Europa, nesse período, esse extenso subcontinente arábico, composto, principalmente, Por regiões desérticas, era habitado por povos sedentários, tanto quanto por nômades. Não raro, membros da mesma tribo dividiam-se entre ambos os modos de vida, e preservavam o seu relacionamento, apesar de seguirem tais caminhos diferentes, os meios de subsistência, na Arábia, eram escassos, o deserto oferecia inúmeras desvantagens, fazendo com que as caravanas comerciais tivessem uma importância maior do que a agricultura e a indústria. Isto implicava em viagens constantes, fazendo com que homens ultrapassassem a península, para adentra a Síria, Egito, Abissínia, Iraque, Índia e outras terras. Pouco sabemos a respeito dos Lihyanitas da Arábia Central, mas o Iêmen era justificadamente conhecido como Arábia Felix, tendo outrora sido a sede das civilizações florescente de Sabá e de Ma'in, antes mesmo da fundação de Roma, e tendo, posteriormente, conquistado algumas províncias de Bizâncio e dos persas, o grande Iêmen, que havia passado pelos melhores dias da sua existência, encontrava-se, nessa altura, repartido em inúmeros principados, e em parte até ocupado Por invasores estrangeiros. Os Sassânidas do Irã, que haviam penetrado no Iêmen, já tinham se apossado da Arábia Oriental, na capital Madaín (Ctesifonte), reinava o caos sócio-político, que se refletia nos demais territórios, a Arábia do Norte havia sucumbido sob a influência Bizantina, e enfrentava os seus problemas, somente a Arábia Central permanecia imune aos efeitos desmoralizantes da ocupação estrangeira. Nesta área limitada, a existência do triângulo; Makkah, Ta'if, Madina, parecia algo providencial, Makkah desértica, carente de água e dos benefícios da agricultura, representava por suas características físicas, a África e o escaldante deserto. A uns meros oitenta quilômetros de distância, Ta'if; apresentava um retrato da Europa, com suas geadas, Madina; situada mais ao norte, não era menos fértil do que os países mais temperados, como a Síria, se é que o clima exercia alguma influência na natureza do caráter humano, este triângulo, situado no centro do maior hemisfério, era, mais do que qualquer outra região da terra, uma reprodução miniaturizada do mundo todo. E foi aí que nasceu um descendente de Abraão da Babilônia e da egípcia Hagar, Muhammad, o Profeta do Islam, natural de Makkah por nascimento, mas relacionado consanguinamente, tanto a Madina como a Ta'if.
A Religião Do ponto de vista religioso, a Arábia era idólatra, somente uns poucos indivíduos haviam abraçado religiões como o cristianismo, o masdeísmo, entre outras, os nativos de Makkah possuíam uma noção do Deus Único, porém acreditavam, também, que os ídolos tinham poder de interceder junto a Deus. Curiosamente, eles acreditavam na ressurreição e na outra vida, haviam preservado o ritual da peregrinação ao Deus Único, à Kaaba, um costume instituído por inspiração divina ao seu ancestral Abraão; entretanto, os dois mil anos que os separava, do tempo de Abraão haviam degenerado essa peregrinação, transformando-a num espetáculo de feira comercial e numa oportunidade para a idolatria insensata, o que, longe de produzir qualquer bem, servia tão somente para corromper o seu comportamento individual, tanto no contexto social, como no espiritual.
A Sociedade A despeito da relativa, pobreza de recursos naturais, Makkah era o mais desenvolvido, dos três núcleos do triângulo, dos três, somente Makkah se constituíra em cidade-estado, sendo governada por um conselho de dez chefes hereditários, que desfrutavam de uma nítida divisão de poderes. Gozando de boa reputação como caravaneiros os nativos de Makkah conseguiam obter permissão dos impérios vizinhos, bem como firmar tratados com as tribos que habitavam as rotas usadas por tais caravanas, para transitar por seus territórios e negociar, no comércio de importação e exportação. Eles também proporcionavam escolta para os estrangeiros que passassem pelo seu país, bem como pelos territórios das tribos que eram suas aliadas da Arábia. Apesar de não estarem muito interessados em preservar idéias e registros escritos, cultivavam apaixonadamente as artes e as letras, como a poesia, a oratória e histórias folclóricas.
2-O Nascimento do Profeta Muhammad
No ano 570, nasceu Abulqasim Muhammad ibn Abdala ibn Abd al-Mutalib ibn Hashim o Profeta Muhammad (sallallahu 'alaihi wa sallam), seu pai, Abdullah, havia falecido algumas semanas antes, e foi seu avô que se encarregou de criá-lo, de acordo com os costumes da época, a criança foi confiada aos cuidados de uma ama de leite beduína, com quem passou alguns anos no deserto. Todos os seus biógrafos afirmam que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), quando infante mamou somente de um seio da sua ama, deixando o outro para o sustento do seu meio-irmão, quando a criança foi trazida de volta ao lar, sua Amina, levou-a aos seus tios maternos, na cidade de Madina. Durante a viagem de retorno, ele perdeu a mãe, que sucumbiu de morte repentina, em Makkah, outra desolação o aguardava, o falecimento do seu afetuoso avô, submetido a tais privações aos oito anos de idade, ele se viu finalmente entregue aos cuidados do seu tio, Abu Talib, um homem generoso por natureza, mas cujos recursos estavam sempre aquém até das necessidades da sua própria família. O jovem Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se viu portanto, diante da necessidade de procurar imediatamente um meio de ganhar a vida; serviu, inicialmente, como menino pastor para alguns vizinhos. Com Dez anos, acompanhou o seu tio a Síria, quando este levou uma caravana para lá, não se mencionam quaisquer outras viagens de Abu Talib, mas existem referências de que ele teria aberto um negócio em Makka, e é possível que Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), o tenha ajudado também nesse empreendimento.
Aos vinte e cinco anos de idade, Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), havia-se tornado bem conhecido na cidade, por sua integridade, disposição e honestidade de caráter, uma viúva rica, Khadija era seu nome, ela o contratou a seu serviço e determinou-lhe que levasse as suas mercadorias, para vendê-las na Síria.
Feliz com os lucros incomuns que ele obteve, bem como encantada com o carisma pessoal do seu agente, ela ofereceu-lhe a sua mão, diz-se que na época ela tinha quarenta anos de idade, a união foi feliz, mais tarde, vêmo-lo às vezes na feira de Hubacha (no Iêmen), e pelo menos uma vez no país dos Abd Al Kais (Bahrain e Omã), como foi mencionado por Ibn Hanbal.
Há motivos para acreditar que esta referência diz respeito ao grande mercado de Dabá (Omã) onde, de acordo com Ibn Al Kalbi, se reuniam, todos os anos, os mercadores da China, do Hindi e Sind (Índia e Paquistão), da Pérsia, do Oriente.
Um sócio comercial de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), em Makkah, de nome Sa'ib relata: ''Revezávamos um ao outro; se Muhammad liderava a caravana, não ia para casa, ao retornar, sem antes acertar as contas comigo, e se era eu que liderava a caravana, quando voltava, ele perguntava sobre o meu bem estar, sem nada dizer do capital que me estava confiado.''
3-Início da Conscientização Religiosa
Pouco se sabe sobre os hábitos religiosos de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), até seus trinta e cinco anos de idade, exceto que ele jamais adorou ídolos, está afirmação é consubstanciada pelos seu biógrafos, pode se afirmar que havia alguns outros poucos em Makkah que do mesmo modo, haviam se revoltado contra a prática insensata do paganismo apesar de manterem a sua fidelidade a Kaaba, como a casa dedicada ao Deus Único, por seu construtor Abraão.
Aproximadamente no 605 da era cristã, os panos que cobriam a parede externa da Kaaba se incendiaram, o edifício foi afetado e não suportou o peso das chuvas torrenciais, que se seguiram, a reconstrução da Kaaba foi então, empreendida, cada cidadão contribuiu, de acordo com as suas posses; e só era aceitas doações, provenientes de ganhos honestos.
Todos participaram do trabalho de reconstrução, e os ombros de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ficaram feridos, de tanto carregar pedras, para identificar o local onde se inicia o ritual de circungi-la, aonde foi colocada a pedra negra, na parede da Kaaba que datava da época do próprio Abraão.
Houve rivalidade entre os cidadãos pela honra de recolocar a pedra em seu lugar, ao surgir o de correr sangue, alguém sugeriu que se deixasse o assunto por conta da Providência, e assim, se aceitasse o arbítrio daquele que ali chegar primeiro.
Aconteceu que naquela Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) chegava para ajudar no trabalho, como era normal, ele era popularmente conhecido pela alcunha de al Amin (o honesto), e todos aceitaram o seu arbítrio. Sem hesitar, Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) ele pediu um manto e colocou no chão, colocou a pedra sobre ele e pediu aos chefes de todas as tribos da cidade para juntos levantarem o manto, feito isto ele próprio colocou a pedra no seu lugar certo, em um dos cantos do edifício, ficando assim todos satisfeitos, eliminando assim a disputa.
É desse momento em diante que encontramos Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), cada vez mais absorvido em meditações espirituais, como seu avô ele também costumava se retirar, durante o mês inteiro de Ramadan, para uma caverna em ''Jabal an Nur'' (a montanha da luz), essa caverna é chamada de Ghári Hirá, ali ele orava, meditava e compartilhava as suas parcas provisões com os viajantes, que por ali viessem a passar.
4-A Revelação
Estava ele com quarenta anos de idade, e era o quinto ano consecutivo que iniciará os seus retiros anuais, quando, certa noite, próximo ao final do mês de Ramadan, um anjo veio visitá-lo, e anunciar que Deus o havia escolhido, como seu Mensageiro para toda a humanidade, e comunicou-lhe a seguinte mensagem Divina:
'' Lê, em nome do teu Senhor Que criou; Criou o homem de algo que se agarra. Lê, que o teu Senhor é Generosíssimo, Que ensinou através do cálamo, Ensinou ao homem o que este não sabia.'' (Alcorão Sagrado 96:1 ao 5)
Profundamente comovido, ele voltou para casa e contou o acontecido à sua esposa, expressando o seu temor de que pudesse Ter sido algo diabólico, ou feito por ação de espíritos malignos, ela o consolou, dizendo que ele sempre fora um homem caridoso e generoso, que sempre ajudou os pobres, os órfãos, as viúvas e os necessitados, e assegurou-lhe que Deus o protegeria conte todo o mal.
Sobreveio, então, um lapso na revelação que duraria mais três anos, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), deve ter sentido inicialmente um choque seguido por uma calmaria, um desejo ardente, e após um certo tempo de expectativa, uma crescente impaciência, as novas da sua primeira visão haviam-se espalhado e, diante do lapso, os cépticos da cidade começaram a escarnecer dele e a contar piadas maldosas, chegaram ao ponto de dizer que Deus o havia abandonado.
Durante três anos de espera, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se entregara mais e mais às orações e a outros hábitos espirituais, finalmente reiniciaram-se as revelações e Deus assegurou-lhe que de modo algum o havia abandonado; pelo contrário, fora Ele quem o guiara no caminho reto; que portanto ele deveria cuidar dos órfãos e dos desamparados, e proclamar a generosidade que Deus tivera para com ele.
'' Pelas horas da manhã, E pela noite, quando é serena, Que o teu Senhor não te abandonou, nem te odiou. E sem dúvida que a outra vida será melhor, para ti, do que a presente. Logo o teu Senhor te agraciará, de um modo que te satisfaça. Porventura, não te encontrou órgão e te amparou? Não te encontrou extraviado e te encaminhou? Não te achou necessitado e te enriqueceu? Portanto, não maltrates o órfão, Nem tampouco repudies o mendigo, Mas divulga a mercê do teu Senhor, em teu discurso.'' (Alcorão Sagrado 93:1 ao 11)
Na verdade esta foi uma ordem para pregar, outra revelação, mandou-o alertar as pessoas contra as práticas ilícitas, exortá-las a não louvar nenhuma outra divindade, além do Deus Único, e a abandonar tudo o que desagradasse a Deus.
'' Ó tu, emantado! Levante-te e admoesta! E enaltece o teu Senhor! E purifica as tuas vestimentas! E foge da abominação! E não esperes qualquer aumento (em teu interesse), Mas persevera, pela causa do teu Senhor.'' (Alcorão Sagrado 74:2 ao 7)
Ainda outra revelação ordenou-lhe avisar aos seus próprios parentes mais próximos.
'' E admoesta os teus parentes mais próximos. '' (Alcorão Sagrado 24:214)
'' Proclama, pois, o que te tem sido ordenado e afasta-te do idólatras.'' (Alcorão Sagrado 15:94)
5-A Missão
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), começou anunciar a sua missão, primeiro secretamente entre seus amigos mais íntimos, depois entre os membros da sua própria tribo e dai por diante publicamente, pela cidade e pelos seus subúrbios, ele insistiu na crença no Deus Único e Transcendente, na ressurreição e no Juízo Final, conclamou os homens a caridade e a benevolência, e tomou as providencias necessárias para preservar, por escrito as revelações que estava recebendo, ordenando aos seus partidários que também as decorassem, e isto continuou durante todo o resto de sua vida, uma vez que o Alcorão Sagrado não foi revelado todo de uma só vez, mas em fragmentos, conforme surgia a ocasião para tal.
O número dos seus seguidores aumentou gradativamente; mas diante da denuncia do paganismo, a oposição também se tornou intensa, por parte daqueles que estavam firmemente ligados às suas crenças ancestrais, essa oposição degenerou, ao longo do tempo, na perseguição e na tortura física do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e daqueles que haviam abraçado o Islam.
Estes eram estirados sobre a areia escaldante, cauterizados com feros em brasa e presos com correntes nos pés, alguns deles morreram em conseqüência da tortura, mas nenhum renunciou ao Islam, em desespero, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), aconselhou os seus seguidores a deixarem a sua cidade de origem e a se refugiarem no exterior, na Abissínia, ''onde governa um rei justo, em cujo reino ninguém é oprimido''.
Dezenas de muçulmanos se beneficiaram desse conselho, mas não todos, essas fugas em segredo incitaram uma perseguição maior, por parte dos senhores de Makkah, à aqueles que ficaram para trás.
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), denominou a sua religião de ISLAM, isto é ; submissão à vontade de Deus.
As características que a distinguem são duas:
1º- O equilíbrio harmônico entre as coisas temporais e espirituais ( o corpo e alma), que permite desfrutar por inteiro, de todas as graças criadas por Deus, prescrevendo ao mesmo tempo, para todo, deveres para com Deus, o Islam veio para ser a religião das massas e não apenas de uns poucos eleitos.
2º- A universalidade do chamamento, para que todos os crentes se tornem irmãos e iguais, sem qualquer distinção de classe, raça ou idioma, a única superioridade que ela admite é exclusivamente pessoal, baseada no maior temor a Deus e na maior devoção.
6-Boicote Social
Quando um grande número de muçulmanos de Makkah emigrou para a Abissínia, os líderes do paganismo deram um ultimato à tribo do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), exigindo que ele fosse excomungado, declarado fora da lei, e entregue aos pagãos, para ser morto, todos os membros da tribo, muçulmanos ou não, rejeitaram a exigência.
Em conseqüência dessa recusa, a cidade decidiu impor um boicote total a tribo do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele); ninguém poderia falar, manter relações comerciais ou matrimoniais com os seus membros, as tribos que habitavam o subúrbio, que eram aliados dos senhores de Makkah, também aderiram ao boicote, causando uma grande miséria entre as vítimas inocentes, crianças, homens e mulheres, velhos doentes e fracos.
Alguns sucumbiram, mas ninguém concordou em entregar o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) aos seus perseguidores, após três anos, quatro ou cinco que não eram muçulmanos, porém mais humanos que os demais e pertencendo a clãs diferentes, proclamaram o seu repúdio ao injusto boicote.
Ao mesmo tempo o documento promulgando o pacto do boicote, que havia sido exposto no templo, foi encontrado, como havia sido profetizado pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), roído por formigas brancas, até que não lhe sobraram senão as palavras; ''Deus'' e ''Muhammad'', o boicote foi suspenso, mas devido às privações por que tivera que passar, a esposa e o tio do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), faleceram em seguida, outro tio do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), Abu Lahab que era inimigo declarado do Islam e do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), assumiu então a chefia da tribo.
7-A Ascensão
Foi por esse tempo que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) teve concedida a ascensão (Mi'raj), ele se viu numa visão, sendo recebido no céu por Deus, testemunhando as maravilhas das regiões celestiais, ao voltar trouxe para a sua comunidade, como dádiva Divina, o culto Islâmico, que se constitui em uma espécie comunhão entre o homem e Deus.
A notícia desse contato celestial levou a um endurecimento ainda maior da hostilidade por parte dos pagãos de Makkah, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi obrigado a deixar a sua cidade natal, em busca de asilo em outro lugar, ele procurou os seus tios maternos em Ta'if, mas voltou imediatamente a Makkah, pois as pessoas que habitavam aquele lugar o perseguiram até os limites da cidade, atirando-lhe pedras e o ferindo gravemente.
8-A Migração Para Madina
A peregrinação anual à Kaaba trouxe a Makkah gente de todas as partes da Arábia, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), tentou persuadir uma tribo após outra, a lhe conceder abrigo e permitir que continuasse com a sua missão de pregar o Islam para toda a humanidade.
Os contingentes de quinze tribos, que ele abordou sucessivamente, recusaram-se a fazê-lo de modo mais ou menos brutal, mesmo assim, ele não se desesperou, finalmente encontrou-se com meia dúzia de habitantes de Madina, os quais, sendo vizinhos dos judeus e dos cristãos, tinham alguma noção, das mensagens Divinas e dos Profetas.
Também sabiam que ''O Povo do Livro'' estavam esperando a chegada de um profeta, por isso os de Madina decidiram um passo a frente dos outros, e conseqüentemente abraçaram o Islam, prometendo aumentar o número de seguidores e proporcionar-lhes o apoio necessário em Madina.
No ano seguinte, uma dúzia de novos cidadãos de Madina fez o juramento da aliança, com o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e pediu que ele lhes enviasse um mestre missionário, o trabalho desse missionário que se chamava Muss'ab, teve grande êxito e ele levou um contingente de setenta e três novos convertidos para Makkah, na época da peregrinação.
Estes convidaram o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e os seus companheiros de Makkah a migrar para a sua cidade, prometendo abrigo para Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e trata-lo a ele e a seus companheiros como se fossem seus próprios parentes, secretamente e em pequenos grupos a maioria dos muçulmanos migrou para Madina, diante disso os pagãos de Makkah não somente confiscaram as propriedades dos migrantes, como também armaram um plano para assassinar o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).
Com isto, tornava-se, agora, impossível , para ele, permanecer em sua casa, deve-se notar que a despeito da hostilidade para com a missão do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), os pagãos de Makkah continuaram a Ter confiança sem limites na probidade do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) tanto assim que muitos deles costumavam deixar as suas finanças guardadas com ele.
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), então, confiou esse depósitos a um primo, que se chamava Ali, com instruções para devolvê-los, oportunamente, aos proprietários de direito.</
Deixou a seguir secretamente a cidade em companhia do seu fiel amigo Abu Bakr, depois de algumas aventuras, eles conseguiram chegar em Madina em segurança, e isto aconteceu no ano 622, no qual começa o calendário da Hégira.
9-A Reorganização
da Comunidade Para melhor reabilitação dos migrantes deslocados, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), criou uma irmandade entre eles e um número igual de habitantes de Madina abastados, as famílias de cada par de irmãos contratuais trabalhavam juntas para ganhar o sustento, e eles ajudavam-se uns aos outros na vida comercial.
Além disso, ele pensava que a evolução do homem, como um todo, seria melhor conseguida, se ele coordenasse a religião e a política, como duas partes constituintes do mesmo todo, com esse fim, convidou representantes, dentre os muçulmanos, como também representantes dentre os não muçulmanos da região; pagãos, judeus, cristãos e outros, e sugeriu uma fundação de uma cidade-estado em Madina.
Com o consentimento deles, ele dotou a cidade de uma constituição escrita, a primeira do gênero no mundo, na qual definiu os deveres e os direitos, tanto dos cidadãos, como de chefe de estado.
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi proclamado como tal, por uma unanimidade, e aboliu a habitual justiça particular, o cumprimento dos termos desse documento tornou-se dai em diante, a principal preocupação da organização central dessa comunidade de cidadãos.
Esse sistema estabeleceu os princípios de defesa e de política externa e organizou um sistema de seguro social, para casos de obrigações extremamente onerosas, ele reconhecia que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), teria a ultima palavra em todas as divergências, e que não havia limites ao seu poder de legislar.
Reconhecia também, explicitamente a liberdade de religião, especialmente para os judeus, a quem o ato constitucional conferia igualdade com os muçulmanos, em tudo o que se relacionava com a vida neste mundo.
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), empreendeu diversas jornadas, com vistas a persuadir as tribos vizinhas e a estabelecer, com elas, tratados de aliança e de ajuda mútua.
Com a ajuda destas tribos, ele decidiu exercer uma pressão econômica sobre os pagãos de Makkah, que haviam confiscado as propriedades dos muçulmanos retirantes, e também causado incontáveis prejuízos, a obstrução do caminho das caravanas de Makkah e o impedimento da sua passagem pela região de Madina, deixou os pagãos de Makka desesperados, ensejando uma luta sangrenta.
Ao se preocupar, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), com os interesses materiais da comunidade, não foi negligenciado o aspecto espiritual, mal passara um ano, desde a migração para Madina, quando a mais rigorosa das disciplinas espirituais, o jejum de um mês inteiro, todo os anos, no mês de Ramadan, foi imposto a todo homem e mulher, muçulmano.
10-A Luta Contra a Intolerância e a Descrença
Não satisfeitos com a expulsão dos compatriotas muçulmanos, os habitantes de Makkah enviaram um ultimato aos de Madina, exigindo a entrega ou pelo menos a expulsão do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e dos seus companheiros, mas evidentemente todos esses esforços foram em vão, alguns meses mais tarde, no ano 2 da Hégira, eles enviaram um exército para combater o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), que os enfrentou no que ficou conhecido como a A Batalha de Badr.
Os idólatras de Makkah sendo três vezes mais numeroso do que os muçulmanos, mesmo assim os idólatras de Makka foram derrotados.
Depois de mais de um ano de preparativos, os idólatras de Makkah, novamente tentaram invadir Madina, para vingar a derrota de Badr, desta vez, eram quatro vezes mais numerosos do que os muçulmanos, após uma batalha sangrenta, em Uhud, que ficou conhecido como a, A Batalha de Uhud.
Os idólatras se retiraram, não tendo o encontro sido decisivo, os mercenários não queriam arriscar demasiadamente, nem expor as suas vidas.
Nesse meio tempo os cidadãos judeus de Madina começaram a criar problemas, na época da vitória de Badr, um de seus líderes Ka'b Ibn Al Achraf, seguiu para Makkah, para firmar a sua aliança com os idólatras de Makkah e para incitá-los a uma guerra de vingança.
Após a batalha de Uhud, a tribo desse mesmo chefe tramou o assassinato do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), pretendendo jogar sobre ele uma pedra de moinho, quando fosse visitar a sua localidade, apesar disso tudo, a exigência que o profeta fez aos homens dessa tribo foi a de que saíssem da região de Madina, levando com eles todas as suas posses, após venderem os imóveis e receberem o que lhes devessem os muçulmanos.
A clemência, demonstrada dessa maneira surtiu efeito contrário ao esperado, os exilados, não somente entraram em contato com os idólatras de Makkah, como com as tribos ao Norte, Sul e Leste de Madina, mobilizando-se em ajuda militar e planejando uma invasão de Madina, a partir de Khaibar, com forças quatro vezes mais numerosos ainda, do que as que foram empregadas em Uhud.
Os muçulmanos prepararam-se para enfrentar um cerco e cavaram um fosso, para se defender do que previam ser a maior provação que teriam que enfrentar, mas a deserção dos judeus, que ainda permaneciam dentro de Madina, numa etapa posterior, transtornou toda a estratégia, porém usando uma diplomacia sagaz, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), conseguiu desarvorar a aliança inimiga e os diversos grupos retiraram-se, um após o outro.
Foi nessa época que foi decretada a proibição, para muçulmanos, do consumo de bebidas alcoólicas e das apostas dos jogos de azar.
11-A Reconciliação
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), tentou ainda, mais uma vez, reconciliar-se com os habitantes de Makkah, a obstrução da rota do Norte, das suas caravanas, havia arruinado a sua economia, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), prometeu-lhes trânsito livre, a extradição dos seus fugitivos e o atendimento de todas as condições que eles impuseram, concordando até voltar a Madina, sem completar a peregrinação à Kaaba, em vista disso, ambas as partes negociadoras prometeram, em Hudaibiya, não só a preservação da paz, mas também a observância da neutralidade, nos seus conflitos com terceiros, este pacto ficou conhecido como O Pacto de Hudaibiya
Aproveitando a paz o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se lançou a um intensivo programa de propagação da sua religião, ele enviou cartas missionárias aos governantes de Bizâncio, do Irã, da Abissínia e de outros países, o sacerdote autocrático Bizantino, Doughatir dos Árabes, abraçou o Islam, mas por isso, foi linchado pela turba; o prefeito de Ma'an na Palestina sofreu idêntico destino, sendo decapitado e crucificado pelo imperador.
Um embaixador muçulmano foi assassinado na Síria Palestina; e ao invés de punir o culpado, o imperador Heráclito apressou-se a protege-lo, com o seu exército, da expedição punitiva, enviada pelo Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) que ficou conhecido como a Batalha de Mu'ta.
O idólatras de Makkah, esperando aproveitar-se das dificuldades dos muçulmanos violaram os termos do tratado, diante disso, o próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), liderou um exército de dez mil homens, tomando Makkah de surpresa e sem derramamento de sangue.
Como conquistador benevolente, reuniu os vencidos, lembrou-lhes os seus atos pecaminosos, a perseguição religiosa, o confisco injusto das propriedades dos imigrantes, as repetidas invasões e a hostilidade insensata e contínua dos últimos vinte anos.
Perguntou-lhes: '' Agora, o que esperam de mim ?''
Quando todos baixaram as cabeças, envergonhados, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), proclamou:'' Que Deus os perdoe; vão em paz; não serão chamados à responsabilidade hoje; estão livres !''
Ele inclusive renunciou `a reivindicação das propriedades muçulmanas confiscadas pelos idólatras de Makka, isso produziu uma grande reviravolta psicológica de ânimos, quando um chefe, dentre eles, se adiantou com o coração transbordante de alegria, após Ter ouvido essa anistia geral, e decidido declarar a sua aceitação do Islam, disse-lhe o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):
''E, por minha vez, nomei-o governador de Makkah !''
Sem deixar um ínico soldado na cidade conquistada, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), retirou-se para Madina, a Islamização de Makka, realizada em poucas horas, foi completa.
Imediatamente após a ocupação de Makka, a cidade de Ta'if, mobilizou-se para lutar contra o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), com alguma dificuldade, o inimigo foi dispersado, no vale de Hunain, mas mesmo assim, os muçulmanos preferiram levantar o sítio de Ta'if e usar meios pacíficos para quebrar a resistência dessa região.
Menos de um ano depois, uma delegação de Ta'if veio a Madina, oferecer a sua rendição, porém pedia isenção das orações, dos impostos e do serviço militar, bem como a continuação das práticas do adultério da fornicação e do consumo de bebidas alcoólicas, exigiam até que lhes deixassem conservar o templo do ídolo al Lat, em Ta íf.
Mas o Islam não era um movimento materialista e imoral, e a delegação não tardou a envergonhar-se das suas exigências, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), concordou em conceder uma isenção dos impostos e da prestação de serviços militares, dizendo:
''Vocês não precisam demolir o templo com as suas próprias mãos; mandaremos gente nossa para essa tarefa, e caso haja alguma conseqüência das quais vocês temem, devido as suas superstição, ela recairá sobre os nossos homens.''
Este ato do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), mostra bem que concessões podiam ser feitas aos novos convertidos, a conversão dos habitantes de Ta'if foi tão sincera que em pouco tempo, eles próprios renunciaram às isenções pactuadas com o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).
Em todas essas guerras que se estenderam por um período de dez anos, os não muçulmanos perderam no campo de batalha não mais do que 520 homens, enquanto as perdas dos muçulmanos foram ainda menores.
Com essas poucas incisões, toda a Península Arábica, com os seus dois milhões de quilômetros quadrados, se viu curado do abscesso da anarquia e da imoralidade, durante esses dez anos de lutas desinteressadas, todos os povos da Península Arábica e das regiões vizinhas ao sul do Iraque e da Palestina haviam abraçado voluntariamente o Islam.
Alguns grupos cristãos, judaicos e masdeístas permaneceram ligados às suas crenças, e a estes foi concedida a liberdade de consciência religiosa, assim como a autonomia judicial e jurídica.
No ano 10 Da Hégira, quando o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) foi a Makkah em peregrinação (Peregrinação da Despedida) encontrou lá 140.000 muçulmanos, vindos das mais diversas regiões da Arábia, para cumprir a sua obrigação religiosa.
Pronunciou para eles o que se tornou o seu célebre sermão, no qual resumiu os seus ensinamentos:
''A crença no Deus Único, sem imagens ou símbolos, a igualdade de todos os fiéis, sem distinção de raça ou classe, a superioridade dos indivíduos derivando unicamente da devoção, a santidade da vida, da propriedade e da honra, a abolição da usura, das vinganças e da justiça particular; o tratamento melhor para as mulheres, a noção da possibilidade de acumulação de riquezas, a distribuição obrigatória, dos bens dos falecidos entre os seus parentes mais próximos de ambos os sexos, e não a concentração das mesmas nas mãos de uns poucos, o Alcorão e a conduta do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), deveriam servir de fundamento à lei de critérios sadios para todos os aspectos da vida humana.''
Ao voltar para Madina, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), caiu doente; e algumas semanas mais tarde, quando exalou o seu último suspiro, o fez com a satisfação de que havia cumprido a altura a tarefa que tinha empreendido; a de pregar ao mundo a mensagem de Deus, o Islam.
Ele legou toda a posteridade uma religião de puro monoteísmo; criou um estado disciplinado, a partir do caos que existia e trouxe a paz, para substituir a guerra de todos contra todos; estabeleceu um equilíbrio harmônico entre os assuntos espirituais e os temporais, entre a Mesquita e a cidade; deixou um novo sistema de leis, que distribuiu a justiça imparcial, à qual até o chefe de estado estava tão sujeito quanto qualquer plebeu, e na qual a tolerância religiosa era tanta, que os habitantes não muçulmanos dos países muçulmanos, desfrutavam igualmente de total autonomia judicial e cultural.
Em matéria de receitas dos Estado, estabeleceu os princípios orçamentários e se preocupou mais com os pobres do que com os demais, as receitas foram ressalvadas terminantemente, de vira ser transformadas em propriedades particular do chefe de estado, acima de tudo, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) deixou um exemplo nobre, pela prática integral de tudo o que ensinava aos outros.
12-A PEREGRINAÇÃO DA DESPEDIDA
Quando o mês de Ramadan chegou, em 632, Muhammad resolveu, ele mesmo, dirigir o cerimonial da peregrinação. Ele saiu de Medina em 20 de fevereiro de 632, em direção a Makkah, seguido por uma imensa multidão de fiéis, alguns a pé e outros montados em camelos, numa fila que se perdia no horizonte.
A última peregrinação de Muhammad é de uma importância fundamental para todos os muçulmanos. Tudo o que ele fez nessa ocasião histórica foi posteriormente incorporado ao ritual que é seguido até os dias atuais. O seu sermão também é um legado para toda a humanidade, uma vez que trata de questões éticas e morais que devem nortear o comportamento dos seres humanos, independente de raça, cor, credo.
Ele discursou para a multidão reunida e entre os vários pontos enfatizados estão os de que não se deve mentir, roubar, trair, cometer adultério, ingerir drogas, explorar quem quer que seja, isto é, os mesmos princípios morais trazidos por todos os mensageiros de Deus que o antecederam. Disse ainda a todos que a vida e a propriedade de todo muçulmano são responsabilidades sagradas; que não causassem dano a ninguém e que ninguém lhes causasse danos.
E que a partir daquele momento não deveria haver exploração econômica e nem a prática da usura e sim a cooperação entre todos. Também disse que as mulheres deveriam ser tratadas com bondade, pois Deus as tinha confiado a seus maridos; que os homens tinham certos direitos sobre elas, mas que elas também tinham certos direitos sobre os homens.
É uma via de duas mãos. Um complementa o outro, ao invés de serem adversários. Todo muçulmano é irmão de todos os muçulmanos. O orgulho da raça ou das origens era perverso e deveria ser abolido.
Ele também ensinou que toda a humanidade veio de Adão e Eva e que não há preferência de um árabe sobre um não árabe, ou de um não árabe sobre um árabe; de um negro sobre um branco ou de um branco sobre um negro. O melhor entre todos é o mais piedoso, o mais temente e o que é o melhor em caráter. Também disse que não viria outro apóstolo ou mensageiro depois dele e que havia deixado para os muçulmanos e para toda a humanidade, duas coisas, e que quem as seguisse jamais se desviaria: o Alcorão e a Sunnah.
Pediu a seus seguidores que levassem esta mensagem a todas as pessoas da terra. E assim eles o fizeram, percorrendo o mundo, principalmente como mercadores, professores, como pessoas que chegavam para partilhar sua experiência religiosa. E o Islam se espalhou pelo mundo, mais pela força do exemplo, da tolerância do que pela força da espada.
Cada detalhe do ritual foi indicado pelo Profeta, o ritual de atirar as pedras, o sacrifício de animais em Mina, as voltas em torno da Kaaba e a vestimenta especial do peregrino. Ao final de seu sermão, Muhammad disse aos presentes, "eu não disse a vocês o que fazer e que completei minha missão?" Todos responderam em voz alta "Sim, por Deus que você o fez". A seguir, ele levantou os olhos para o céu e disse "Deus, dou o meu testemunho".
Por fim, ele se despediu dos peregrinos e voltou para Medina. Nunca mais ele veria Meca de novo. Essa peregrinação de Muhammad passou para a história muçulmana como a Peregrinação da Despedida.
13-O ÚLTIMO SERMÃO DO PROFETA MUHAMMAD
Após louvar e agradecer a Deus, ele disse:
"Ó gentes, ouvi-me atentamente porque não sei se estarei entre vós depois deste ano. Portanto, ouvi o que tenho a dizer com muita atenção e levai essas palavras àqueles que não puderam estar presentes aqui, hoje.
Ó gentes, da mesma forma que guardai este mês, este dia, esta cidade como sagrados, respeitai também a vida e propriedade de todo muçulmano, como uma responsabilidade sagrada. Devolvei os bens que vos foram confiados aos seus legítimos donos. Não feri ninguém porque assim ninguém vos ferirá. Lembrem-se de que verdadeiramente vós vos encontrareis com o vosso Senhor e que Ele ajustará as contas. Deus proibiu a usura (juros), portanto, todas as obrigações decorrentes de juros devem ser postas de lado. Vosso capital, no entanto, cabe a vós mantê-lo. Jamais imponhais e nem sofreis qualquer espécie de iniquidade. Deus sentenciou que não haverá juros e que todos os juros devidos a Abbas ibn 'Abd'al Muttalib (tio de Muhammad) serão anulados.
Cuidado com Satanás, para segurança de vossa religião. Ele perdeu toda a esperança de que pudesse desviar-vos das grandes coisas, portanto, cuidado para não segui-lo nas pequenas.
Ó gentes, é verdade que vós tendes certos direitos em relação a vossas mulheres, mas elas também têm direitos sobre vós. Lembrai-vos de que vós as tomastes por esposas na confiança de Allah e com a Sua permissão. Se elas forem fiéis então a elas pertence o direito de serem alimentadas e vestidas com bondade. Tratai suas mulheres bem e sejai gentis com elas porque elas são vossas parceiras e auxiliares comprometidas. E é vosso direito que elas não façam amizade com quem não aproveis, e que elas jamais sejam impuras.
Ó gentes, levai-me a sério, adorai Allah, fazei as cinco preces diárias (salat), jejuai no mês de Ramadan e distribui de vossos bens em Zakat. Fazei o Hajj (peregrinação) desde que possível.
Toda a humanidade provém de Adão e Eva, um árabe não é superior a um não árabe, nem um não árabe é superior a um árabe; o branco também não é superior ao negro, nem o negro tem qualquer superioridade sobre o branco, exceto quanto à justiça e aos bons atos. Sabei que todo muçulmano é um irmão de todo muçulmano e que os muçulmanos constituem uma irmandade. Nada que pertença ao irmão muçulmano é lícito para outro muçulmano, a menos que seja dado livremente e de boa vontade. Portanto, não praticai a injustiça entre vocês.
Lembrai-vos de que um dia vós estareis diante de Deus e respondereis por vossos atos. Portanto, cuidado, não vos desvieis do caminho da justiça depois que eu tiver partido.
Ó gentes, nenhum profeta ou apóstolo virá depois de mim e nem surgirá uma nova fé. Raciocinai bem e compreendei as palavras que vos estou transmitindo. Deixo-vos duas coisas, o Alcorão e o meu exemplo, as sunnas, e se seguirdes esses dois, jamais vos desviareis.
Todos que me ouvem deverão difundir minhas palavras para os outros, e estes para outros, e assim por diante, e que o último que as ouvir possa compreender minhas palavras melhor do que aqueles que agora me ouvem diretamente. Sede minha testemunha, ó Deus, de que eu transmiti Vossa mensagem ao Vosso povo."
A Morte de Muhammad (saws) Em maio de 632, depois da Peregrinação da Despedida, Muhammad (saws)recrutou os homens para uma expedição à Síria. Um dado curioso dessa expedição é que Usama, filho de Zaid ibn Haritha, foi indicado o comandante, embora ele só tivesse 20 anos e nenhuma experiência de comando. A indicação provocou uma grande crítica, especialmente entre os veteranos mais experimentados, que se viram substituídos por um rapaz imberbe. Não há registros a respeito dos resultados dessa expedição. Ibn Ishaq tem uma nota curta onde relata o fato de que eles fizeram alguns prisioneiros num porto, provavelmente do mar Vermelho.
Certa noite de junho de 632, Muhammad (saws)chamou um de seus libertos e lhe disse que Allah (swt) tinha ordenado ir ao cemitério e rezar pelos mortos. Acompanhado deste homem, ele saiu e quando estava entre os túmulos, dirigiu-se aos mortos:
"Que a paz esteja com vocês, ó povo dos túmulos. Felizes são vocês porque estão muito melhor do que os homens daqui. As divergências chegaram como ondas de escuridão, uma após a outra, sendo a última pior do que a primeira."
Quando ele acabou de rezar, chamou seu liberto e voltou para casa. Na manhã seguinte, sentiu uma violenta dor de cabeça. Ele tentou visitar suas esposas, indo a casa de cada uma delas, mas desmaiou na casa de Maimuna. As mulheres se reuniram em volta dele e lhe deram permissão para que, durante sua doença, ele fosse cuidado na casa de Aisha.
Devagar os homens estavam terminando os preparativos para se juntarem à expedição de Usama, ainda ressentidos com a indicação dele. Muhammad (saws)(saws), no entanto, estava forte o suficiente para realizar a cerimônia de apresentação de Usama com a bandeira de guerra, um ritual introduzido pela primeira vez por Qusai.
Então, ele amarrou um lenço em volta de sua cabeça para acalmar a dor que incomodava muito e fez um esforço para entrar na mesquita para as preces. A partida da expedição de Usama foi retardada, tendo em vista do estado de saúde de Muhammad (saws). Ele estava com muita febre. Não conseguindo dirigir as preces públicas, pediu a Abu Bakr que o substituísse. Certa vez, na ausência de Abu Bakr, Omar ibn al Khattab foi quem dirigiu as preces. Ao reconhecer a voz de Omar, pois a porta do quarto de Aisha dava diretamente para a mesquita, ele gritou de sua cama, "não, não, somente Abu Bakr." Talvez ele quisesse enfatizar o respeito que tinha por Abu Bakr como o mais velho.
Algumas de suas esposas se reuniram com outras mulheres e decidiram forçá-lo a tomar um remédio. Muhammad (saws)perguntou-lhes porque elas estavam agindo assim e elas disseram que estavam com receio de que pudesse ser pleurisia. Mas ele respondeu que Allah (swt) não o afligiria com uma doença tão diabólica.
Na verdade, à luz dos modernos conhecimentos, parece provável que Muhammad (saws) tenha morrido de pneumonia. Talvez ele tivesse se resfriado quando saiu para rezar no cemitério, pois na manhã seguinte ele acordou com uma terrível dor de cabeça e a partir daí sua febre não baixou mais. No décimo dia de sua doença, a febre atingiu seu ponto mais alto, ele ficou parcialmente consciente e seu corpo estava atormentado pela dor. Então, na manhã seguinte, quando Abu Bakr estava dirigindo a prece, a porta do quarto de Aisha rapidamente se abriu e Muhammad (saws) apareceu sorrindo no pátio da mesquita. Ele acenou para os fiéis para que continuassem a prece e se sentou no chão para descanssar.
Quando as preces acabaram, Abu Bakr se aproximou dizendo feliz "ó Apóstolo de Allah (swt), vejo que hoje você está gozando das bênçãos de Allah (swt), como todos nós queremos." Achando que Muhammad (saws)(saws) estava recuperado, ele pediu para visitar sua família, que vivia do outro lado do oásis.
Muhammad (saws)voltou para sua cama, deitou-se com a cabeça no peito de Aisha. Limpou seus dentes energicamente e voltou a deitar-se. De repente, Aisha percebeu que sua cabeça tinha ficado mais pesada. "Senhor, conceda-me o perdão", disse ele. Seus olhos ficaram fixos. O mensageiro de Allah (swt) tinha ido encontrar-se com seu Senhor.
14-O Último Profeta de Deus Para Humanidade
A crença dos muçulmanos de que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), é o último Profeta de Deus, foi mal entendida por muitos povos, pelo que merece ser explicada.
Esta crença, em caso algum quer dizer que Deus fechou as portas da Sua Misericórdia ou se ausentou, não impõe restrição à ascensão das grandes personalidades religiosas, nem limita o aparecimento dos grandes líderes espirituais, ou que obstrua a evolução dos grandes homens piedosos.
Nem quer dizer que Deus preferiu os árabes, dos quais o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi o escolhido; Deus não é partidário de qualquer raça, povo ou geração e a porta de Sua Graça está sempre aberta e sempre acessível aos que a procuram.
Ele fala ao ser humano por qualquer destas formas:
1ª- Por inspiração que ocorre na forma de sugestões ou idéias colocadas por Deus nos corações e pensamentos dos seres humanos que são piedosos;
2ª- Por detrás de um véu que aparece na forma de visões quando aquele que está qualificado para as receber está acordado ou num estado de transe;
3ª- Através do Mensageiro celestial, Gabriel (que a Paz esteja com Ele), que foi mandado a terra com palavras Divinas concretas para transmitir ao escolhido mensageiro humano, está última forma é a mais elevada e aquela em que o Alcorão foi transmitido ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), está confinada só aos Profetas, dos quais o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi o último e o selo.
Há outros pontos específicos os quais mostram porque o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), é o último profeta de Deus para toda a humanidade.
1º- O Alcorão declara em palavras inequívocas que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), é enviado a todos os seres humanos como Apóstolo de Deus, a Quem pertence o domínio dos céus e da terra.
Diz Deus no Alcorão:
''Dize: Ó humanos, sou o Mensageiro de Deus, para todos vós; Seu é o reino dos céus e da terra. Não há mais divindade além d`Ele. Ele é Quem dá a vida e a morte! Crede, pois, em Deus e em Seu Mensageiro, o Profeta iletrado, que crê em Deus e nas Suas palavras; segui-o, para que vos encaminheis.'' (7ª Surata, versículo 158)
Também estabelece que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi enviado só como uma graça de deus a todas as criaturas , humanas e não humanas, igualmente.
Diz Deus no Alcorão:
''E não te enviamos, senão como misericórdia para a humanidade.'' (21ª Surata, versículo 107)
E disse ainda:
''Em verdade, Muhammad não é o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageiro de Deus e o postermo dos Profetas; sabei que Deus é Onisciente.'' (33ª Surata, versículo 40)
O Alcorão é a palavra de Deus , e tudo o que diz é a verdade de Deus que todos os muçulmanos defendem e em que todos os seres humanos devem refletir.
A mensagem do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), não é simplesmente um renascimento nacional ou um monopólio racial ou uma entrega temporária à escravidão e opressão.
Nem foi uma mudança abrupta ou uma reversão de tendências da história, a mensagem do Profeta Muhammad (que a paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi e certamente que ainda é, um renascimento universal, uma benção comum, uma herança para toda a humanidade e uma entrega espiritual duradoura.
É uma continuação que evolui de mensagens prévias e uma bem balançada incorporação de todas as revelações anteriores.
Transcende todas as limitações de raça, cor, e caracteres regionais, é dirigida a humanidade de todos os tempos e é precisamente o que o ser humano precisa, assim, um muçulmano acredita que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), é o último Profeta porque o Alcorão nos dá o testemunho verdadeiro disso e porque a mensagem do Profeta tem as mais alta qualidade de uma fé verdadeiramente universal e concludente.
2º- O próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), declarou que era o último Profeta de Deus, um muçulmano, ou qualquer outro, sobre este assunto não pode duvidar da verdade desta revelação, durante a sua vida, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi conhecido como o mais verdadeiro, honesto e modesto.
A sua integridade e a sua verdade estiveram fora de dúvida não só nas visões dos muçulmanos, mas também nas mentes dos seus oponentes mais aguerridos, o seu caráter, os seus conhecimentos espirituais, e as suas reformas na sociedade, não tiveram paralelo em toda a história da humanidade.
E resta saber se a história pode produzir alguma coisa igual ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ele disse que era o último Profeta, porque está foi a verdade de Deus, e não porque ele quisesse qualquer glória pessoal ou visto nisso ganhos pessoais.
A vitória não alterou a sua conduta, o triunfo não enfraqueceu a suas excelentes virtudes, e a força não corrompeu o seu caráter, ele foi incorruptível, consistente e inacessível a qualquer noção de ganho pessoal ou glória, as suas palavras espalhavam deslumbrante luz de sabedoria e verdade.
3º- O Profeta Muhammad (que A paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi o único Profeta que cumpriu a sua missão e completou o seu trabalho em levar a palavra de Deus aos seres humano em vida, antes de morrer, o Alcorão expressou que a religião de Deus tinha sido aperfeiçoada, o favor de Deus aos crentes tinha sido completo e a verdade da revelação tinha sido guardada e será preservada com toda a segurança, quando o Profeta Muhammad (Que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) faleceu, a religião do Islam foi completada e a comunidade muçulmana crente, ficou bem estabelecida.
O Alcorão foi registrado durante a sua vida e preservado na sua total e original versão, todas estas idéias, de que a religião de Deus, tanto no conceito como na aplicação, e que o Reino de Deus tinham sido estabelecidos aqui na terra, foram completadas por Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele).
A missão do Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), o seu exemplo e os seus conhecimentos provaram o ponto de vista de que o reino de Deus não é um ideal que não se possa atingir ou alguma coisa só do outro mundo, mas é alguma coisa deste mundo também, alguma coisa que existiu e floresceu no tempo do Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), e pode existir e florescer em qualquer época enquanto houver crentes sinceros e homens de fé.
4º- A ordem de Deus de que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), é o último Profeta é baseada na original e pura autenticidade do Alcorão, nos concludentes e únicos conhecimentos do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), na universalidade do Islam, e na aplicabilidade dos ensinamentos do Alcorão Sagrado para todas as situações, todas as idades e todos os homens.
Esta é a religião que transcende todas as fronteiras e consegue penetrar, apesar de todas as barreiras de raça, cor idioma, idade e estatutos de opulência ou prestígio, é a religião que assegura a todos os seres humanos, igualdade, fraternidade, liberdade, dignidade, paz, honra, guia e salvação.
Esta é a essência pura da religião de Deus, Louvado Seja, e a forma de ajuda que Ele na Sua Misericórdia sempre estendeu ao ser humano desde o início da história.
Com o Profeta Muhammad (que a paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) e o Alcorão Sagrado, culminou a evolução religiosa, no entanto, não significa o fim da história, ou que terminou a necessidade humana do guia divino, isto é só o início de uma nova aproximação, a inauguração de uma nova era, na qual o homem foi suficientemente provido de encaminhamento Divino e de exemplos práticos de que necessitava.
Este divino guia esta contido no Alcorão Sagrado, como a mais autêntica e incorruptível revelação de Deus, e estes exemplos são encontrados na personalidade do Profeta Muhammad (SWAS).
5º- Deus ordenou que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), deverá ser o último Profeta , contudo, esta Divina ordem foi uma antecipação dos grandes acontecimentos históricos que se seguiram, proclamou boas notícias para os seres humanos que deveria entrar em um novo grau de maturidade intelectual e elevação espiritual e que deveria ter de fazer ele próprio, sem novos profetas ou novas revelações, ajudado pelos ricos legados dos Profetas e as revelações, tais como as encontradas no Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e seus predecessores.
Foi em antecipação deste fato que as culturas, raças e regiões de todo o mundo se tornaram mais fechadas aos outros que o gênero humano poderia fazer bem com uma religião universal na qual Deus ocupa a Sua reta posição e o ser humano se sinta realizado.
Foi um testemunho solene para o grande papel que os conhecimentos avançados e os sérios compromissos intelectuais influenciaram em termos de levar o ser humano até Deus, é a verdade que o ser humano pode combinar os seus conhecimentos avançados e o seu forte potencial intelectual com os ensinamentos morais e adaptar-se as Leis de Deus.
A história da ascensão dos Profetas acabou com o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), para dar ao ser humano a evidência de que ele pode amadurecer na sua iniciativa própria, para dar à ciência uma oportunidade para funcionar devidamente e explicar o vasto domínio de Deus, e dar a mente humana uma oportunidade para refletir e aprofundar.
A natureza do Islam é tal que tem uma grande flexibilidade e praticabilidade e pode resolver qualquer situação, a natureza do Alcorão é sem duvida universal, sempre reveladora e segura o seu encaminhamento, a natureza da mensagem do Profeta Muhammad (que a paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) é tal que é dirigida a todos os seres humanos e a todas as gerações.
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), não foi meramente um líder racial ou um libertador nacional, ele foi, e ainda é, um homem da história e o modelo daquele que procura Deus, nele todos os exemplos podem encontrar alguma coisa para aprender, exemplos excelentes de bondade e piedade para serem seguidos.
15-Cronologia
Datas e locais importantes na vida do Profeta Muhammad (saws)(S.A.A.S.)
569 Morte do pai, `Abdullah.
570 Nascimento: Meca.
570 Fracasso do ataque abissínio sobre Meca.
576 Morte da mãe.
578 Morte do avô.
583 Viagens à Síria.
595 Conhece e casa com Khadija.
610 Início da revelação do Alcorão Sagrado: Meca.
610 Apresenta-se como Profeta: Meca.
613 Começa a pregar publicamente a sua mensagem: Meca.
614 Começa a reunir seguidores: Meca.
615 Emigração de muçulmanos para a Abissínia.
616 O clã de Banu Hashim inicia boicote econômico.
618 Guerra civil medinense: Medina.
619 Termina o boicote dos Banu Hashim.
620 Isra e Miraj.
622 Emigra para Medina (Hijra).
624 Batalha de Badr.
625 Batalha de Uhud.
628 Batalha da Trincheira.
628 Tratado de Hudaybiyya.
628 Conquista acesso ao santuário da Kaaba.
628 Conquista do oásis de Khaybar.
629 Primeira peregrinação.
630 Entra em Meca, conquistando-a pacificamente.
630 Batalha de Hunayn.
630 Cerco de al-Taif.
630 Estabelece uma teocracia: Meca.
631 Ganha os corações de quase toda a Arábia.
632 Peregrinação de despedida.
632 Falecimento: Medina.
FONTE: http://www.ccib.org.br/
Nos anais da história dos homens, não tem faltado aqueles que notadamente devotaram as suas vidas à reforma sócio-religiosa de seus povos, encontramo-los em todas as épocas e em todas as partes. Na Índia, viveram os que transmitiram ao mundo os Vedas, e também houve Gautama Buda; a China teve o seu Confúcio; Zoroastro deixou o Zend Avesta, no Irã, a Babilônia deu ao mundo um dos maiores reformadores, o Profeta Abraão (sem falar nos seus ancestrais), o povo Judeu também merece orgulhar-se de uma série de reformadores, como Moisés, Samuel, Davi, Salomão e Jesus entre outros. Todos esse reformadores alegavam, ser portadores, cada um deles, de uma missão divina, deixaram livros sagrados, que incorporavam códigos de vida para orientação de seu povo.Mas, a isto, sempre se seguiram guerras fratricidas, massacres e genocídios transformavam-se na ordem do dia, ocasionando, uns mais, outros menos, a perda quase total das suas mensagens. Dos Livros de Abraão, restaram-nos somente os nomes; e quanto aos livros de Moisés, a história nos conta como foram repetidamente destruídos e só parcialmente restaurados.
O Conceito de Deus
A julgar pelas relíquias do passado, já trazido à luz, do conhecimento do ''homo sapiens'', descobrimos que o homem sempre esteve consciente da existência de um Ser Supremo, Senhor e Criador de tudo. Os métodos e as abordagens podem Ter sido diferentes, mas todos os povos, de todas as épocas, deixaram provas das suas tentativas de obedecer a Deus, a comunicação com o Onipresente, porém invisível Deus, também foi reconhecida como possível, por uma reduzida porção de homens e por alguns espíritos nobres e exaltados. Se essa comunicação assumia a forma de encarnação da Divindade, ou consistia, simplesmente, na resolução de um meio receptor das mensagens divinas, através da inspiração ou da revelação, o propósito sempre foi o de servir de orientação para o povo, era mais do que natural que certas interpretações e explicações viessem a se provar mais importantes e convincentes do que outras. No final do 5º século, após o nascimento de Jesus Cristo, os homens já haviam alcançado grandes progressos, em diversos campos da vida, nessa época, algumas religiões, que apregoavam abertamente que se destinavam apenas a determinadas raças e grupos de homens, está claro que não ofereciam remédio para os males da humanidade em geral. Havia, também, algumas, que proclamavam a universalidade, mas declaravam que a salvação do homem, residia na renúncia ao mundo, estas eram religiões para a elite, e atendiam a um número limitado de homens. Não precisamos falar das regiões onde inexistia qualquer religião, onde o ateísmo e o materialismo reinavam absolutos, onde o pensamento se ocupava exclusivamente com os próprios prazeres, sem qualquer ressalva ou consideração pelos direitos alheios. O exame do mapa do maior hemisfério, nos mostra a Península Arábica, situada no ponto de confluência dos três grandes continentes; Ásia, África e a Europa, nesse período, esse extenso subcontinente arábico, composto, principalmente, Por regiões desérticas, era habitado por povos sedentários, tanto quanto por nômades. Não raro, membros da mesma tribo dividiam-se entre ambos os modos de vida, e preservavam o seu relacionamento, apesar de seguirem tais caminhos diferentes, os meios de subsistência, na Arábia, eram escassos, o deserto oferecia inúmeras desvantagens, fazendo com que as caravanas comerciais tivessem uma importância maior do que a agricultura e a indústria. Isto implicava em viagens constantes, fazendo com que homens ultrapassassem a península, para adentra a Síria, Egito, Abissínia, Iraque, Índia e outras terras. Pouco sabemos a respeito dos Lihyanitas da Arábia Central, mas o Iêmen era justificadamente conhecido como Arábia Felix, tendo outrora sido a sede das civilizações florescente de Sabá e de Ma'in, antes mesmo da fundação de Roma, e tendo, posteriormente, conquistado algumas províncias de Bizâncio e dos persas, o grande Iêmen, que havia passado pelos melhores dias da sua existência, encontrava-se, nessa altura, repartido em inúmeros principados, e em parte até ocupado Por invasores estrangeiros. Os Sassânidas do Irã, que haviam penetrado no Iêmen, já tinham se apossado da Arábia Oriental, na capital Madaín (Ctesifonte), reinava o caos sócio-político, que se refletia nos demais territórios, a Arábia do Norte havia sucumbido sob a influência Bizantina, e enfrentava os seus problemas, somente a Arábia Central permanecia imune aos efeitos desmoralizantes da ocupação estrangeira. Nesta área limitada, a existência do triângulo; Makkah, Ta'if, Madina, parecia algo providencial, Makkah desértica, carente de água e dos benefícios da agricultura, representava por suas características físicas, a África e o escaldante deserto. A uns meros oitenta quilômetros de distância, Ta'if; apresentava um retrato da Europa, com suas geadas, Madina; situada mais ao norte, não era menos fértil do que os países mais temperados, como a Síria, se é que o clima exercia alguma influência na natureza do caráter humano, este triângulo, situado no centro do maior hemisfério, era, mais do que qualquer outra região da terra, uma reprodução miniaturizada do mundo todo. E foi aí que nasceu um descendente de Abraão da Babilônia e da egípcia Hagar, Muhammad, o Profeta do Islam, natural de Makkah por nascimento, mas relacionado consanguinamente, tanto a Madina como a Ta'if.
A Religião Do ponto de vista religioso, a Arábia era idólatra, somente uns poucos indivíduos haviam abraçado religiões como o cristianismo, o masdeísmo, entre outras, os nativos de Makkah possuíam uma noção do Deus Único, porém acreditavam, também, que os ídolos tinham poder de interceder junto a Deus. Curiosamente, eles acreditavam na ressurreição e na outra vida, haviam preservado o ritual da peregrinação ao Deus Único, à Kaaba, um costume instituído por inspiração divina ao seu ancestral Abraão; entretanto, os dois mil anos que os separava, do tempo de Abraão haviam degenerado essa peregrinação, transformando-a num espetáculo de feira comercial e numa oportunidade para a idolatria insensata, o que, longe de produzir qualquer bem, servia tão somente para corromper o seu comportamento individual, tanto no contexto social, como no espiritual.
A Sociedade A despeito da relativa, pobreza de recursos naturais, Makkah era o mais desenvolvido, dos três núcleos do triângulo, dos três, somente Makkah se constituíra em cidade-estado, sendo governada por um conselho de dez chefes hereditários, que desfrutavam de uma nítida divisão de poderes. Gozando de boa reputação como caravaneiros os nativos de Makkah conseguiam obter permissão dos impérios vizinhos, bem como firmar tratados com as tribos que habitavam as rotas usadas por tais caravanas, para transitar por seus territórios e negociar, no comércio de importação e exportação. Eles também proporcionavam escolta para os estrangeiros que passassem pelo seu país, bem como pelos territórios das tribos que eram suas aliadas da Arábia. Apesar de não estarem muito interessados em preservar idéias e registros escritos, cultivavam apaixonadamente as artes e as letras, como a poesia, a oratória e histórias folclóricas.
2-O Nascimento do Profeta Muhammad
No ano 570, nasceu Abulqasim Muhammad ibn Abdala ibn Abd al-Mutalib ibn Hashim o Profeta Muhammad (sallallahu 'alaihi wa sallam), seu pai, Abdullah, havia falecido algumas semanas antes, e foi seu avô que se encarregou de criá-lo, de acordo com os costumes da época, a criança foi confiada aos cuidados de uma ama de leite beduína, com quem passou alguns anos no deserto. Todos os seus biógrafos afirmam que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), quando infante mamou somente de um seio da sua ama, deixando o outro para o sustento do seu meio-irmão, quando a criança foi trazida de volta ao lar, sua Amina, levou-a aos seus tios maternos, na cidade de Madina. Durante a viagem de retorno, ele perdeu a mãe, que sucumbiu de morte repentina, em Makkah, outra desolação o aguardava, o falecimento do seu afetuoso avô, submetido a tais privações aos oito anos de idade, ele se viu finalmente entregue aos cuidados do seu tio, Abu Talib, um homem generoso por natureza, mas cujos recursos estavam sempre aquém até das necessidades da sua própria família. O jovem Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se viu portanto, diante da necessidade de procurar imediatamente um meio de ganhar a vida; serviu, inicialmente, como menino pastor para alguns vizinhos. Com Dez anos, acompanhou o seu tio a Síria, quando este levou uma caravana para lá, não se mencionam quaisquer outras viagens de Abu Talib, mas existem referências de que ele teria aberto um negócio em Makka, e é possível que Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), o tenha ajudado também nesse empreendimento.
Aos vinte e cinco anos de idade, Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), havia-se tornado bem conhecido na cidade, por sua integridade, disposição e honestidade de caráter, uma viúva rica, Khadija era seu nome, ela o contratou a seu serviço e determinou-lhe que levasse as suas mercadorias, para vendê-las na Síria.
Feliz com os lucros incomuns que ele obteve, bem como encantada com o carisma pessoal do seu agente, ela ofereceu-lhe a sua mão, diz-se que na época ela tinha quarenta anos de idade, a união foi feliz, mais tarde, vêmo-lo às vezes na feira de Hubacha (no Iêmen), e pelo menos uma vez no país dos Abd Al Kais (Bahrain e Omã), como foi mencionado por Ibn Hanbal.
Há motivos para acreditar que esta referência diz respeito ao grande mercado de Dabá (Omã) onde, de acordo com Ibn Al Kalbi, se reuniam, todos os anos, os mercadores da China, do Hindi e Sind (Índia e Paquistão), da Pérsia, do Oriente.
Um sócio comercial de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), em Makkah, de nome Sa'ib relata: ''Revezávamos um ao outro; se Muhammad liderava a caravana, não ia para casa, ao retornar, sem antes acertar as contas comigo, e se era eu que liderava a caravana, quando voltava, ele perguntava sobre o meu bem estar, sem nada dizer do capital que me estava confiado.''
3-Início da Conscientização Religiosa
Pouco se sabe sobre os hábitos religiosos de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), até seus trinta e cinco anos de idade, exceto que ele jamais adorou ídolos, está afirmação é consubstanciada pelos seu biógrafos, pode se afirmar que havia alguns outros poucos em Makkah que do mesmo modo, haviam se revoltado contra a prática insensata do paganismo apesar de manterem a sua fidelidade a Kaaba, como a casa dedicada ao Deus Único, por seu construtor Abraão.
Aproximadamente no 605 da era cristã, os panos que cobriam a parede externa da Kaaba se incendiaram, o edifício foi afetado e não suportou o peso das chuvas torrenciais, que se seguiram, a reconstrução da Kaaba foi então, empreendida, cada cidadão contribuiu, de acordo com as suas posses; e só era aceitas doações, provenientes de ganhos honestos.
Todos participaram do trabalho de reconstrução, e os ombros de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ficaram feridos, de tanto carregar pedras, para identificar o local onde se inicia o ritual de circungi-la, aonde foi colocada a pedra negra, na parede da Kaaba que datava da época do próprio Abraão.
Houve rivalidade entre os cidadãos pela honra de recolocar a pedra em seu lugar, ao surgir o de correr sangue, alguém sugeriu que se deixasse o assunto por conta da Providência, e assim, se aceitasse o arbítrio daquele que ali chegar primeiro.
Aconteceu que naquela Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) chegava para ajudar no trabalho, como era normal, ele era popularmente conhecido pela alcunha de al Amin (o honesto), e todos aceitaram o seu arbítrio. Sem hesitar, Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) ele pediu um manto e colocou no chão, colocou a pedra sobre ele e pediu aos chefes de todas as tribos da cidade para juntos levantarem o manto, feito isto ele próprio colocou a pedra no seu lugar certo, em um dos cantos do edifício, ficando assim todos satisfeitos, eliminando assim a disputa.
É desse momento em diante que encontramos Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), cada vez mais absorvido em meditações espirituais, como seu avô ele também costumava se retirar, durante o mês inteiro de Ramadan, para uma caverna em ''Jabal an Nur'' (a montanha da luz), essa caverna é chamada de Ghári Hirá, ali ele orava, meditava e compartilhava as suas parcas provisões com os viajantes, que por ali viessem a passar.
4-A Revelação
Estava ele com quarenta anos de idade, e era o quinto ano consecutivo que iniciará os seus retiros anuais, quando, certa noite, próximo ao final do mês de Ramadan, um anjo veio visitá-lo, e anunciar que Deus o havia escolhido, como seu Mensageiro para toda a humanidade, e comunicou-lhe a seguinte mensagem Divina:
'' Lê, em nome do teu Senhor Que criou; Criou o homem de algo que se agarra. Lê, que o teu Senhor é Generosíssimo, Que ensinou através do cálamo, Ensinou ao homem o que este não sabia.'' (Alcorão Sagrado 96:1 ao 5)
Profundamente comovido, ele voltou para casa e contou o acontecido à sua esposa, expressando o seu temor de que pudesse Ter sido algo diabólico, ou feito por ação de espíritos malignos, ela o consolou, dizendo que ele sempre fora um homem caridoso e generoso, que sempre ajudou os pobres, os órfãos, as viúvas e os necessitados, e assegurou-lhe que Deus o protegeria conte todo o mal.
Sobreveio, então, um lapso na revelação que duraria mais três anos, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), deve ter sentido inicialmente um choque seguido por uma calmaria, um desejo ardente, e após um certo tempo de expectativa, uma crescente impaciência, as novas da sua primeira visão haviam-se espalhado e, diante do lapso, os cépticos da cidade começaram a escarnecer dele e a contar piadas maldosas, chegaram ao ponto de dizer que Deus o havia abandonado.
Durante três anos de espera, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se entregara mais e mais às orações e a outros hábitos espirituais, finalmente reiniciaram-se as revelações e Deus assegurou-lhe que de modo algum o havia abandonado; pelo contrário, fora Ele quem o guiara no caminho reto; que portanto ele deveria cuidar dos órfãos e dos desamparados, e proclamar a generosidade que Deus tivera para com ele.
'' Pelas horas da manhã, E pela noite, quando é serena, Que o teu Senhor não te abandonou, nem te odiou. E sem dúvida que a outra vida será melhor, para ti, do que a presente. Logo o teu Senhor te agraciará, de um modo que te satisfaça. Porventura, não te encontrou órgão e te amparou? Não te encontrou extraviado e te encaminhou? Não te achou necessitado e te enriqueceu? Portanto, não maltrates o órfão, Nem tampouco repudies o mendigo, Mas divulga a mercê do teu Senhor, em teu discurso.'' (Alcorão Sagrado 93:1 ao 11)
Na verdade esta foi uma ordem para pregar, outra revelação, mandou-o alertar as pessoas contra as práticas ilícitas, exortá-las a não louvar nenhuma outra divindade, além do Deus Único, e a abandonar tudo o que desagradasse a Deus.
'' Ó tu, emantado! Levante-te e admoesta! E enaltece o teu Senhor! E purifica as tuas vestimentas! E foge da abominação! E não esperes qualquer aumento (em teu interesse), Mas persevera, pela causa do teu Senhor.'' (Alcorão Sagrado 74:2 ao 7)
Ainda outra revelação ordenou-lhe avisar aos seus próprios parentes mais próximos.
'' E admoesta os teus parentes mais próximos. '' (Alcorão Sagrado 24:214)
'' Proclama, pois, o que te tem sido ordenado e afasta-te do idólatras.'' (Alcorão Sagrado 15:94)
5-A Missão
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), começou anunciar a sua missão, primeiro secretamente entre seus amigos mais íntimos, depois entre os membros da sua própria tribo e dai por diante publicamente, pela cidade e pelos seus subúrbios, ele insistiu na crença no Deus Único e Transcendente, na ressurreição e no Juízo Final, conclamou os homens a caridade e a benevolência, e tomou as providencias necessárias para preservar, por escrito as revelações que estava recebendo, ordenando aos seus partidários que também as decorassem, e isto continuou durante todo o resto de sua vida, uma vez que o Alcorão Sagrado não foi revelado todo de uma só vez, mas em fragmentos, conforme surgia a ocasião para tal.
O número dos seus seguidores aumentou gradativamente; mas diante da denuncia do paganismo, a oposição também se tornou intensa, por parte daqueles que estavam firmemente ligados às suas crenças ancestrais, essa oposição degenerou, ao longo do tempo, na perseguição e na tortura física do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e daqueles que haviam abraçado o Islam.
Estes eram estirados sobre a areia escaldante, cauterizados com feros em brasa e presos com correntes nos pés, alguns deles morreram em conseqüência da tortura, mas nenhum renunciou ao Islam, em desespero, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), aconselhou os seus seguidores a deixarem a sua cidade de origem e a se refugiarem no exterior, na Abissínia, ''onde governa um rei justo, em cujo reino ninguém é oprimido''.
Dezenas de muçulmanos se beneficiaram desse conselho, mas não todos, essas fugas em segredo incitaram uma perseguição maior, por parte dos senhores de Makkah, à aqueles que ficaram para trás.
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), denominou a sua religião de ISLAM, isto é ; submissão à vontade de Deus.
As características que a distinguem são duas:
1º- O equilíbrio harmônico entre as coisas temporais e espirituais ( o corpo e alma), que permite desfrutar por inteiro, de todas as graças criadas por Deus, prescrevendo ao mesmo tempo, para todo, deveres para com Deus, o Islam veio para ser a religião das massas e não apenas de uns poucos eleitos.
2º- A universalidade do chamamento, para que todos os crentes se tornem irmãos e iguais, sem qualquer distinção de classe, raça ou idioma, a única superioridade que ela admite é exclusivamente pessoal, baseada no maior temor a Deus e na maior devoção.
6-Boicote Social
Quando um grande número de muçulmanos de Makkah emigrou para a Abissínia, os líderes do paganismo deram um ultimato à tribo do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), exigindo que ele fosse excomungado, declarado fora da lei, e entregue aos pagãos, para ser morto, todos os membros da tribo, muçulmanos ou não, rejeitaram a exigência.
Em conseqüência dessa recusa, a cidade decidiu impor um boicote total a tribo do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele); ninguém poderia falar, manter relações comerciais ou matrimoniais com os seus membros, as tribos que habitavam o subúrbio, que eram aliados dos senhores de Makkah, também aderiram ao boicote, causando uma grande miséria entre as vítimas inocentes, crianças, homens e mulheres, velhos doentes e fracos.
Alguns sucumbiram, mas ninguém concordou em entregar o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) aos seus perseguidores, após três anos, quatro ou cinco que não eram muçulmanos, porém mais humanos que os demais e pertencendo a clãs diferentes, proclamaram o seu repúdio ao injusto boicote.
Ao mesmo tempo o documento promulgando o pacto do boicote, que havia sido exposto no templo, foi encontrado, como havia sido profetizado pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), roído por formigas brancas, até que não lhe sobraram senão as palavras; ''Deus'' e ''Muhammad'', o boicote foi suspenso, mas devido às privações por que tivera que passar, a esposa e o tio do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), faleceram em seguida, outro tio do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), Abu Lahab que era inimigo declarado do Islam e do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), assumiu então a chefia da tribo.
7-A Ascensão
Foi por esse tempo que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) teve concedida a ascensão (Mi'raj), ele se viu numa visão, sendo recebido no céu por Deus, testemunhando as maravilhas das regiões celestiais, ao voltar trouxe para a sua comunidade, como dádiva Divina, o culto Islâmico, que se constitui em uma espécie comunhão entre o homem e Deus.
A notícia desse contato celestial levou a um endurecimento ainda maior da hostilidade por parte dos pagãos de Makkah, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi obrigado a deixar a sua cidade natal, em busca de asilo em outro lugar, ele procurou os seus tios maternos em Ta'if, mas voltou imediatamente a Makkah, pois as pessoas que habitavam aquele lugar o perseguiram até os limites da cidade, atirando-lhe pedras e o ferindo gravemente.
8-A Migração Para Madina
A peregrinação anual à Kaaba trouxe a Makkah gente de todas as partes da Arábia, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), tentou persuadir uma tribo após outra, a lhe conceder abrigo e permitir que continuasse com a sua missão de pregar o Islam para toda a humanidade.
Os contingentes de quinze tribos, que ele abordou sucessivamente, recusaram-se a fazê-lo de modo mais ou menos brutal, mesmo assim, ele não se desesperou, finalmente encontrou-se com meia dúzia de habitantes de Madina, os quais, sendo vizinhos dos judeus e dos cristãos, tinham alguma noção, das mensagens Divinas e dos Profetas.
Também sabiam que ''O Povo do Livro'' estavam esperando a chegada de um profeta, por isso os de Madina decidiram um passo a frente dos outros, e conseqüentemente abraçaram o Islam, prometendo aumentar o número de seguidores e proporcionar-lhes o apoio necessário em Madina.
No ano seguinte, uma dúzia de novos cidadãos de Madina fez o juramento da aliança, com o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e pediu que ele lhes enviasse um mestre missionário, o trabalho desse missionário que se chamava Muss'ab, teve grande êxito e ele levou um contingente de setenta e três novos convertidos para Makkah, na época da peregrinação.
Estes convidaram o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e os seus companheiros de Makkah a migrar para a sua cidade, prometendo abrigo para Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e trata-lo a ele e a seus companheiros como se fossem seus próprios parentes, secretamente e em pequenos grupos a maioria dos muçulmanos migrou para Madina, diante disso os pagãos de Makkah não somente confiscaram as propriedades dos migrantes, como também armaram um plano para assassinar o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).
Com isto, tornava-se, agora, impossível , para ele, permanecer em sua casa, deve-se notar que a despeito da hostilidade para com a missão do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), os pagãos de Makkah continuaram a Ter confiança sem limites na probidade do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) tanto assim que muitos deles costumavam deixar as suas finanças guardadas com ele.
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), então, confiou esse depósitos a um primo, que se chamava Ali, com instruções para devolvê-los, oportunamente, aos proprietários de direito.</
Deixou a seguir secretamente a cidade em companhia do seu fiel amigo Abu Bakr, depois de algumas aventuras, eles conseguiram chegar em Madina em segurança, e isto aconteceu no ano 622, no qual começa o calendário da Hégira.
9-A Reorganização
da Comunidade Para melhor reabilitação dos migrantes deslocados, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), criou uma irmandade entre eles e um número igual de habitantes de Madina abastados, as famílias de cada par de irmãos contratuais trabalhavam juntas para ganhar o sustento, e eles ajudavam-se uns aos outros na vida comercial.
Além disso, ele pensava que a evolução do homem, como um todo, seria melhor conseguida, se ele coordenasse a religião e a política, como duas partes constituintes do mesmo todo, com esse fim, convidou representantes, dentre os muçulmanos, como também representantes dentre os não muçulmanos da região; pagãos, judeus, cristãos e outros, e sugeriu uma fundação de uma cidade-estado em Madina.
Com o consentimento deles, ele dotou a cidade de uma constituição escrita, a primeira do gênero no mundo, na qual definiu os deveres e os direitos, tanto dos cidadãos, como de chefe de estado.
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi proclamado como tal, por uma unanimidade, e aboliu a habitual justiça particular, o cumprimento dos termos desse documento tornou-se dai em diante, a principal preocupação da organização central dessa comunidade de cidadãos.
Esse sistema estabeleceu os princípios de defesa e de política externa e organizou um sistema de seguro social, para casos de obrigações extremamente onerosas, ele reconhecia que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), teria a ultima palavra em todas as divergências, e que não havia limites ao seu poder de legislar.
Reconhecia também, explicitamente a liberdade de religião, especialmente para os judeus, a quem o ato constitucional conferia igualdade com os muçulmanos, em tudo o que se relacionava com a vida neste mundo.
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), empreendeu diversas jornadas, com vistas a persuadir as tribos vizinhas e a estabelecer, com elas, tratados de aliança e de ajuda mútua.
Com a ajuda destas tribos, ele decidiu exercer uma pressão econômica sobre os pagãos de Makkah, que haviam confiscado as propriedades dos muçulmanos retirantes, e também causado incontáveis prejuízos, a obstrução do caminho das caravanas de Makkah e o impedimento da sua passagem pela região de Madina, deixou os pagãos de Makka desesperados, ensejando uma luta sangrenta.
Ao se preocupar, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), com os interesses materiais da comunidade, não foi negligenciado o aspecto espiritual, mal passara um ano, desde a migração para Madina, quando a mais rigorosa das disciplinas espirituais, o jejum de um mês inteiro, todo os anos, no mês de Ramadan, foi imposto a todo homem e mulher, muçulmano.
10-A Luta Contra a Intolerância e a Descrença
Não satisfeitos com a expulsão dos compatriotas muçulmanos, os habitantes de Makkah enviaram um ultimato aos de Madina, exigindo a entrega ou pelo menos a expulsão do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e dos seus companheiros, mas evidentemente todos esses esforços foram em vão, alguns meses mais tarde, no ano 2 da Hégira, eles enviaram um exército para combater o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), que os enfrentou no que ficou conhecido como a A Batalha de Badr.
Os idólatras de Makkah sendo três vezes mais numeroso do que os muçulmanos, mesmo assim os idólatras de Makka foram derrotados.
Depois de mais de um ano de preparativos, os idólatras de Makkah, novamente tentaram invadir Madina, para vingar a derrota de Badr, desta vez, eram quatro vezes mais numerosos do que os muçulmanos, após uma batalha sangrenta, em Uhud, que ficou conhecido como a, A Batalha de Uhud.
Os idólatras se retiraram, não tendo o encontro sido decisivo, os mercenários não queriam arriscar demasiadamente, nem expor as suas vidas.
Nesse meio tempo os cidadãos judeus de Madina começaram a criar problemas, na época da vitória de Badr, um de seus líderes Ka'b Ibn Al Achraf, seguiu para Makkah, para firmar a sua aliança com os idólatras de Makkah e para incitá-los a uma guerra de vingança.
Após a batalha de Uhud, a tribo desse mesmo chefe tramou o assassinato do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), pretendendo jogar sobre ele uma pedra de moinho, quando fosse visitar a sua localidade, apesar disso tudo, a exigência que o profeta fez aos homens dessa tribo foi a de que saíssem da região de Madina, levando com eles todas as suas posses, após venderem os imóveis e receberem o que lhes devessem os muçulmanos.
A clemência, demonstrada dessa maneira surtiu efeito contrário ao esperado, os exilados, não somente entraram em contato com os idólatras de Makkah, como com as tribos ao Norte, Sul e Leste de Madina, mobilizando-se em ajuda militar e planejando uma invasão de Madina, a partir de Khaibar, com forças quatro vezes mais numerosos ainda, do que as que foram empregadas em Uhud.
Os muçulmanos prepararam-se para enfrentar um cerco e cavaram um fosso, para se defender do que previam ser a maior provação que teriam que enfrentar, mas a deserção dos judeus, que ainda permaneciam dentro de Madina, numa etapa posterior, transtornou toda a estratégia, porém usando uma diplomacia sagaz, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), conseguiu desarvorar a aliança inimiga e os diversos grupos retiraram-se, um após o outro.
Foi nessa época que foi decretada a proibição, para muçulmanos, do consumo de bebidas alcoólicas e das apostas dos jogos de azar.
11-A Reconciliação
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), tentou ainda, mais uma vez, reconciliar-se com os habitantes de Makkah, a obstrução da rota do Norte, das suas caravanas, havia arruinado a sua economia, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), prometeu-lhes trânsito livre, a extradição dos seus fugitivos e o atendimento de todas as condições que eles impuseram, concordando até voltar a Madina, sem completar a peregrinação à Kaaba, em vista disso, ambas as partes negociadoras prometeram, em Hudaibiya, não só a preservação da paz, mas também a observância da neutralidade, nos seus conflitos com terceiros, este pacto ficou conhecido como O Pacto de Hudaibiya
Aproveitando a paz o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se lançou a um intensivo programa de propagação da sua religião, ele enviou cartas missionárias aos governantes de Bizâncio, do Irã, da Abissínia e de outros países, o sacerdote autocrático Bizantino, Doughatir dos Árabes, abraçou o Islam, mas por isso, foi linchado pela turba; o prefeito de Ma'an na Palestina sofreu idêntico destino, sendo decapitado e crucificado pelo imperador.
Um embaixador muçulmano foi assassinado na Síria Palestina; e ao invés de punir o culpado, o imperador Heráclito apressou-se a protege-lo, com o seu exército, da expedição punitiva, enviada pelo Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) que ficou conhecido como a Batalha de Mu'ta.
O idólatras de Makkah, esperando aproveitar-se das dificuldades dos muçulmanos violaram os termos do tratado, diante disso, o próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), liderou um exército de dez mil homens, tomando Makkah de surpresa e sem derramamento de sangue.
Como conquistador benevolente, reuniu os vencidos, lembrou-lhes os seus atos pecaminosos, a perseguição religiosa, o confisco injusto das propriedades dos imigrantes, as repetidas invasões e a hostilidade insensata e contínua dos últimos vinte anos.
Perguntou-lhes: '' Agora, o que esperam de mim ?''
Quando todos baixaram as cabeças, envergonhados, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), proclamou:'' Que Deus os perdoe; vão em paz; não serão chamados à responsabilidade hoje; estão livres !''
Ele inclusive renunciou `a reivindicação das propriedades muçulmanas confiscadas pelos idólatras de Makka, isso produziu uma grande reviravolta psicológica de ânimos, quando um chefe, dentre eles, se adiantou com o coração transbordante de alegria, após Ter ouvido essa anistia geral, e decidido declarar a sua aceitação do Islam, disse-lhe o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):
''E, por minha vez, nomei-o governador de Makkah !''
Sem deixar um ínico soldado na cidade conquistada, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), retirou-se para Madina, a Islamização de Makka, realizada em poucas horas, foi completa.
Imediatamente após a ocupação de Makka, a cidade de Ta'if, mobilizou-se para lutar contra o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), com alguma dificuldade, o inimigo foi dispersado, no vale de Hunain, mas mesmo assim, os muçulmanos preferiram levantar o sítio de Ta'if e usar meios pacíficos para quebrar a resistência dessa região.
Menos de um ano depois, uma delegação de Ta'if veio a Madina, oferecer a sua rendição, porém pedia isenção das orações, dos impostos e do serviço militar, bem como a continuação das práticas do adultério da fornicação e do consumo de bebidas alcoólicas, exigiam até que lhes deixassem conservar o templo do ídolo al Lat, em Ta íf.
Mas o Islam não era um movimento materialista e imoral, e a delegação não tardou a envergonhar-se das suas exigências, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), concordou em conceder uma isenção dos impostos e da prestação de serviços militares, dizendo:
''Vocês não precisam demolir o templo com as suas próprias mãos; mandaremos gente nossa para essa tarefa, e caso haja alguma conseqüência das quais vocês temem, devido as suas superstição, ela recairá sobre os nossos homens.''
Este ato do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), mostra bem que concessões podiam ser feitas aos novos convertidos, a conversão dos habitantes de Ta'if foi tão sincera que em pouco tempo, eles próprios renunciaram às isenções pactuadas com o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).
Em todas essas guerras que se estenderam por um período de dez anos, os não muçulmanos perderam no campo de batalha não mais do que 520 homens, enquanto as perdas dos muçulmanos foram ainda menores.
Com essas poucas incisões, toda a Península Arábica, com os seus dois milhões de quilômetros quadrados, se viu curado do abscesso da anarquia e da imoralidade, durante esses dez anos de lutas desinteressadas, todos os povos da Península Arábica e das regiões vizinhas ao sul do Iraque e da Palestina haviam abraçado voluntariamente o Islam.
Alguns grupos cristãos, judaicos e masdeístas permaneceram ligados às suas crenças, e a estes foi concedida a liberdade de consciência religiosa, assim como a autonomia judicial e jurídica.
No ano 10 Da Hégira, quando o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) foi a Makkah em peregrinação (Peregrinação da Despedida) encontrou lá 140.000 muçulmanos, vindos das mais diversas regiões da Arábia, para cumprir a sua obrigação religiosa.
Pronunciou para eles o que se tornou o seu célebre sermão, no qual resumiu os seus ensinamentos:
''A crença no Deus Único, sem imagens ou símbolos, a igualdade de todos os fiéis, sem distinção de raça ou classe, a superioridade dos indivíduos derivando unicamente da devoção, a santidade da vida, da propriedade e da honra, a abolição da usura, das vinganças e da justiça particular; o tratamento melhor para as mulheres, a noção da possibilidade de acumulação de riquezas, a distribuição obrigatória, dos bens dos falecidos entre os seus parentes mais próximos de ambos os sexos, e não a concentração das mesmas nas mãos de uns poucos, o Alcorão e a conduta do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), deveriam servir de fundamento à lei de critérios sadios para todos os aspectos da vida humana.''
Ao voltar para Madina, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), caiu doente; e algumas semanas mais tarde, quando exalou o seu último suspiro, o fez com a satisfação de que havia cumprido a altura a tarefa que tinha empreendido; a de pregar ao mundo a mensagem de Deus, o Islam.
Ele legou toda a posteridade uma religião de puro monoteísmo; criou um estado disciplinado, a partir do caos que existia e trouxe a paz, para substituir a guerra de todos contra todos; estabeleceu um equilíbrio harmônico entre os assuntos espirituais e os temporais, entre a Mesquita e a cidade; deixou um novo sistema de leis, que distribuiu a justiça imparcial, à qual até o chefe de estado estava tão sujeito quanto qualquer plebeu, e na qual a tolerância religiosa era tanta, que os habitantes não muçulmanos dos países muçulmanos, desfrutavam igualmente de total autonomia judicial e cultural.
Em matéria de receitas dos Estado, estabeleceu os princípios orçamentários e se preocupou mais com os pobres do que com os demais, as receitas foram ressalvadas terminantemente, de vira ser transformadas em propriedades particular do chefe de estado, acima de tudo, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) deixou um exemplo nobre, pela prática integral de tudo o que ensinava aos outros.
12-A PEREGRINAÇÃO DA DESPEDIDA
Quando o mês de Ramadan chegou, em 632, Muhammad resolveu, ele mesmo, dirigir o cerimonial da peregrinação. Ele saiu de Medina em 20 de fevereiro de 632, em direção a Makkah, seguido por uma imensa multidão de fiéis, alguns a pé e outros montados em camelos, numa fila que se perdia no horizonte.
A última peregrinação de Muhammad é de uma importância fundamental para todos os muçulmanos. Tudo o que ele fez nessa ocasião histórica foi posteriormente incorporado ao ritual que é seguido até os dias atuais. O seu sermão também é um legado para toda a humanidade, uma vez que trata de questões éticas e morais que devem nortear o comportamento dos seres humanos, independente de raça, cor, credo.
Ele discursou para a multidão reunida e entre os vários pontos enfatizados estão os de que não se deve mentir, roubar, trair, cometer adultério, ingerir drogas, explorar quem quer que seja, isto é, os mesmos princípios morais trazidos por todos os mensageiros de Deus que o antecederam. Disse ainda a todos que a vida e a propriedade de todo muçulmano são responsabilidades sagradas; que não causassem dano a ninguém e que ninguém lhes causasse danos.
E que a partir daquele momento não deveria haver exploração econômica e nem a prática da usura e sim a cooperação entre todos. Também disse que as mulheres deveriam ser tratadas com bondade, pois Deus as tinha confiado a seus maridos; que os homens tinham certos direitos sobre elas, mas que elas também tinham certos direitos sobre os homens.
É uma via de duas mãos. Um complementa o outro, ao invés de serem adversários. Todo muçulmano é irmão de todos os muçulmanos. O orgulho da raça ou das origens era perverso e deveria ser abolido.
Ele também ensinou que toda a humanidade veio de Adão e Eva e que não há preferência de um árabe sobre um não árabe, ou de um não árabe sobre um árabe; de um negro sobre um branco ou de um branco sobre um negro. O melhor entre todos é o mais piedoso, o mais temente e o que é o melhor em caráter. Também disse que não viria outro apóstolo ou mensageiro depois dele e que havia deixado para os muçulmanos e para toda a humanidade, duas coisas, e que quem as seguisse jamais se desviaria: o Alcorão e a Sunnah.
Pediu a seus seguidores que levassem esta mensagem a todas as pessoas da terra. E assim eles o fizeram, percorrendo o mundo, principalmente como mercadores, professores, como pessoas que chegavam para partilhar sua experiência religiosa. E o Islam se espalhou pelo mundo, mais pela força do exemplo, da tolerância do que pela força da espada.
Cada detalhe do ritual foi indicado pelo Profeta, o ritual de atirar as pedras, o sacrifício de animais em Mina, as voltas em torno da Kaaba e a vestimenta especial do peregrino. Ao final de seu sermão, Muhammad disse aos presentes, "eu não disse a vocês o que fazer e que completei minha missão?" Todos responderam em voz alta "Sim, por Deus que você o fez". A seguir, ele levantou os olhos para o céu e disse "Deus, dou o meu testemunho".
Por fim, ele se despediu dos peregrinos e voltou para Medina. Nunca mais ele veria Meca de novo. Essa peregrinação de Muhammad passou para a história muçulmana como a Peregrinação da Despedida.
13-O ÚLTIMO SERMÃO DO PROFETA MUHAMMAD
Após louvar e agradecer a Deus, ele disse:
"Ó gentes, ouvi-me atentamente porque não sei se estarei entre vós depois deste ano. Portanto, ouvi o que tenho a dizer com muita atenção e levai essas palavras àqueles que não puderam estar presentes aqui, hoje.
Ó gentes, da mesma forma que guardai este mês, este dia, esta cidade como sagrados, respeitai também a vida e propriedade de todo muçulmano, como uma responsabilidade sagrada. Devolvei os bens que vos foram confiados aos seus legítimos donos. Não feri ninguém porque assim ninguém vos ferirá. Lembrem-se de que verdadeiramente vós vos encontrareis com o vosso Senhor e que Ele ajustará as contas. Deus proibiu a usura (juros), portanto, todas as obrigações decorrentes de juros devem ser postas de lado. Vosso capital, no entanto, cabe a vós mantê-lo. Jamais imponhais e nem sofreis qualquer espécie de iniquidade. Deus sentenciou que não haverá juros e que todos os juros devidos a Abbas ibn 'Abd'al Muttalib (tio de Muhammad) serão anulados.
Cuidado com Satanás, para segurança de vossa religião. Ele perdeu toda a esperança de que pudesse desviar-vos das grandes coisas, portanto, cuidado para não segui-lo nas pequenas.
Ó gentes, é verdade que vós tendes certos direitos em relação a vossas mulheres, mas elas também têm direitos sobre vós. Lembrai-vos de que vós as tomastes por esposas na confiança de Allah e com a Sua permissão. Se elas forem fiéis então a elas pertence o direito de serem alimentadas e vestidas com bondade. Tratai suas mulheres bem e sejai gentis com elas porque elas são vossas parceiras e auxiliares comprometidas. E é vosso direito que elas não façam amizade com quem não aproveis, e que elas jamais sejam impuras.
Ó gentes, levai-me a sério, adorai Allah, fazei as cinco preces diárias (salat), jejuai no mês de Ramadan e distribui de vossos bens em Zakat. Fazei o Hajj (peregrinação) desde que possível.
Toda a humanidade provém de Adão e Eva, um árabe não é superior a um não árabe, nem um não árabe é superior a um árabe; o branco também não é superior ao negro, nem o negro tem qualquer superioridade sobre o branco, exceto quanto à justiça e aos bons atos. Sabei que todo muçulmano é um irmão de todo muçulmano e que os muçulmanos constituem uma irmandade. Nada que pertença ao irmão muçulmano é lícito para outro muçulmano, a menos que seja dado livremente e de boa vontade. Portanto, não praticai a injustiça entre vocês.
Lembrai-vos de que um dia vós estareis diante de Deus e respondereis por vossos atos. Portanto, cuidado, não vos desvieis do caminho da justiça depois que eu tiver partido.
Ó gentes, nenhum profeta ou apóstolo virá depois de mim e nem surgirá uma nova fé. Raciocinai bem e compreendei as palavras que vos estou transmitindo. Deixo-vos duas coisas, o Alcorão e o meu exemplo, as sunnas, e se seguirdes esses dois, jamais vos desviareis.
Todos que me ouvem deverão difundir minhas palavras para os outros, e estes para outros, e assim por diante, e que o último que as ouvir possa compreender minhas palavras melhor do que aqueles que agora me ouvem diretamente. Sede minha testemunha, ó Deus, de que eu transmiti Vossa mensagem ao Vosso povo."
A Morte de Muhammad (saws) Em maio de 632, depois da Peregrinação da Despedida, Muhammad (saws)recrutou os homens para uma expedição à Síria. Um dado curioso dessa expedição é que Usama, filho de Zaid ibn Haritha, foi indicado o comandante, embora ele só tivesse 20 anos e nenhuma experiência de comando. A indicação provocou uma grande crítica, especialmente entre os veteranos mais experimentados, que se viram substituídos por um rapaz imberbe. Não há registros a respeito dos resultados dessa expedição. Ibn Ishaq tem uma nota curta onde relata o fato de que eles fizeram alguns prisioneiros num porto, provavelmente do mar Vermelho.
Certa noite de junho de 632, Muhammad (saws)chamou um de seus libertos e lhe disse que Allah (swt) tinha ordenado ir ao cemitério e rezar pelos mortos. Acompanhado deste homem, ele saiu e quando estava entre os túmulos, dirigiu-se aos mortos:
"Que a paz esteja com vocês, ó povo dos túmulos. Felizes são vocês porque estão muito melhor do que os homens daqui. As divergências chegaram como ondas de escuridão, uma após a outra, sendo a última pior do que a primeira."
Quando ele acabou de rezar, chamou seu liberto e voltou para casa. Na manhã seguinte, sentiu uma violenta dor de cabeça. Ele tentou visitar suas esposas, indo a casa de cada uma delas, mas desmaiou na casa de Maimuna. As mulheres se reuniram em volta dele e lhe deram permissão para que, durante sua doença, ele fosse cuidado na casa de Aisha.
Devagar os homens estavam terminando os preparativos para se juntarem à expedição de Usama, ainda ressentidos com a indicação dele. Muhammad (saws)(saws), no entanto, estava forte o suficiente para realizar a cerimônia de apresentação de Usama com a bandeira de guerra, um ritual introduzido pela primeira vez por Qusai.
Então, ele amarrou um lenço em volta de sua cabeça para acalmar a dor que incomodava muito e fez um esforço para entrar na mesquita para as preces. A partida da expedição de Usama foi retardada, tendo em vista do estado de saúde de Muhammad (saws). Ele estava com muita febre. Não conseguindo dirigir as preces públicas, pediu a Abu Bakr que o substituísse. Certa vez, na ausência de Abu Bakr, Omar ibn al Khattab foi quem dirigiu as preces. Ao reconhecer a voz de Omar, pois a porta do quarto de Aisha dava diretamente para a mesquita, ele gritou de sua cama, "não, não, somente Abu Bakr." Talvez ele quisesse enfatizar o respeito que tinha por Abu Bakr como o mais velho.
Algumas de suas esposas se reuniram com outras mulheres e decidiram forçá-lo a tomar um remédio. Muhammad (saws)perguntou-lhes porque elas estavam agindo assim e elas disseram que estavam com receio de que pudesse ser pleurisia. Mas ele respondeu que Allah (swt) não o afligiria com uma doença tão diabólica.
Na verdade, à luz dos modernos conhecimentos, parece provável que Muhammad (saws) tenha morrido de pneumonia. Talvez ele tivesse se resfriado quando saiu para rezar no cemitério, pois na manhã seguinte ele acordou com uma terrível dor de cabeça e a partir daí sua febre não baixou mais. No décimo dia de sua doença, a febre atingiu seu ponto mais alto, ele ficou parcialmente consciente e seu corpo estava atormentado pela dor. Então, na manhã seguinte, quando Abu Bakr estava dirigindo a prece, a porta do quarto de Aisha rapidamente se abriu e Muhammad (saws) apareceu sorrindo no pátio da mesquita. Ele acenou para os fiéis para que continuassem a prece e se sentou no chão para descanssar.
Quando as preces acabaram, Abu Bakr se aproximou dizendo feliz "ó Apóstolo de Allah (swt), vejo que hoje você está gozando das bênçãos de Allah (swt), como todos nós queremos." Achando que Muhammad (saws)(saws) estava recuperado, ele pediu para visitar sua família, que vivia do outro lado do oásis.
Muhammad (saws)voltou para sua cama, deitou-se com a cabeça no peito de Aisha. Limpou seus dentes energicamente e voltou a deitar-se. De repente, Aisha percebeu que sua cabeça tinha ficado mais pesada. "Senhor, conceda-me o perdão", disse ele. Seus olhos ficaram fixos. O mensageiro de Allah (swt) tinha ido encontrar-se com seu Senhor.
14-O Último Profeta de Deus Para Humanidade
A crença dos muçulmanos de que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), é o último Profeta de Deus, foi mal entendida por muitos povos, pelo que merece ser explicada.
Esta crença, em caso algum quer dizer que Deus fechou as portas da Sua Misericórdia ou se ausentou, não impõe restrição à ascensão das grandes personalidades religiosas, nem limita o aparecimento dos grandes líderes espirituais, ou que obstrua a evolução dos grandes homens piedosos.
Nem quer dizer que Deus preferiu os árabes, dos quais o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi o escolhido; Deus não é partidário de qualquer raça, povo ou geração e a porta de Sua Graça está sempre aberta e sempre acessível aos que a procuram.
Ele fala ao ser humano por qualquer destas formas:
1ª- Por inspiração que ocorre na forma de sugestões ou idéias colocadas por Deus nos corações e pensamentos dos seres humanos que são piedosos;
2ª- Por detrás de um véu que aparece na forma de visões quando aquele que está qualificado para as receber está acordado ou num estado de transe;
3ª- Através do Mensageiro celestial, Gabriel (que a Paz esteja com Ele), que foi mandado a terra com palavras Divinas concretas para transmitir ao escolhido mensageiro humano, está última forma é a mais elevada e aquela em que o Alcorão foi transmitido ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), está confinada só aos Profetas, dos quais o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi o último e o selo.
Há outros pontos específicos os quais mostram porque o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), é o último profeta de Deus para toda a humanidade.
1º- O Alcorão declara em palavras inequívocas que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), é enviado a todos os seres humanos como Apóstolo de Deus, a Quem pertence o domínio dos céus e da terra.
Diz Deus no Alcorão:
''Dize: Ó humanos, sou o Mensageiro de Deus, para todos vós; Seu é o reino dos céus e da terra. Não há mais divindade além d`Ele. Ele é Quem dá a vida e a morte! Crede, pois, em Deus e em Seu Mensageiro, o Profeta iletrado, que crê em Deus e nas Suas palavras; segui-o, para que vos encaminheis.'' (7ª Surata, versículo 158)
Também estabelece que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi enviado só como uma graça de deus a todas as criaturas , humanas e não humanas, igualmente.
Diz Deus no Alcorão:
''E não te enviamos, senão como misericórdia para a humanidade.'' (21ª Surata, versículo 107)
E disse ainda:
''Em verdade, Muhammad não é o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageiro de Deus e o postermo dos Profetas; sabei que Deus é Onisciente.'' (33ª Surata, versículo 40)
O Alcorão é a palavra de Deus , e tudo o que diz é a verdade de Deus que todos os muçulmanos defendem e em que todos os seres humanos devem refletir.
A mensagem do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), não é simplesmente um renascimento nacional ou um monopólio racial ou uma entrega temporária à escravidão e opressão.
Nem foi uma mudança abrupta ou uma reversão de tendências da história, a mensagem do Profeta Muhammad (que a paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi e certamente que ainda é, um renascimento universal, uma benção comum, uma herança para toda a humanidade e uma entrega espiritual duradoura.
É uma continuação que evolui de mensagens prévias e uma bem balançada incorporação de todas as revelações anteriores.
Transcende todas as limitações de raça, cor, e caracteres regionais, é dirigida a humanidade de todos os tempos e é precisamente o que o ser humano precisa, assim, um muçulmano acredita que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), é o último Profeta porque o Alcorão nos dá o testemunho verdadeiro disso e porque a mensagem do Profeta tem as mais alta qualidade de uma fé verdadeiramente universal e concludente.
2º- O próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), declarou que era o último Profeta de Deus, um muçulmano, ou qualquer outro, sobre este assunto não pode duvidar da verdade desta revelação, durante a sua vida, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi conhecido como o mais verdadeiro, honesto e modesto.
A sua integridade e a sua verdade estiveram fora de dúvida não só nas visões dos muçulmanos, mas também nas mentes dos seus oponentes mais aguerridos, o seu caráter, os seus conhecimentos espirituais, e as suas reformas na sociedade, não tiveram paralelo em toda a história da humanidade.
E resta saber se a história pode produzir alguma coisa igual ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ele disse que era o último Profeta, porque está foi a verdade de Deus, e não porque ele quisesse qualquer glória pessoal ou visto nisso ganhos pessoais.
A vitória não alterou a sua conduta, o triunfo não enfraqueceu a suas excelentes virtudes, e a força não corrompeu o seu caráter, ele foi incorruptível, consistente e inacessível a qualquer noção de ganho pessoal ou glória, as suas palavras espalhavam deslumbrante luz de sabedoria e verdade.
3º- O Profeta Muhammad (que A paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi o único Profeta que cumpriu a sua missão e completou o seu trabalho em levar a palavra de Deus aos seres humano em vida, antes de morrer, o Alcorão expressou que a religião de Deus tinha sido aperfeiçoada, o favor de Deus aos crentes tinha sido completo e a verdade da revelação tinha sido guardada e será preservada com toda a segurança, quando o Profeta Muhammad (Que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) faleceu, a religião do Islam foi completada e a comunidade muçulmana crente, ficou bem estabelecida.
O Alcorão foi registrado durante a sua vida e preservado na sua total e original versão, todas estas idéias, de que a religião de Deus, tanto no conceito como na aplicação, e que o Reino de Deus tinham sido estabelecidos aqui na terra, foram completadas por Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele).
A missão do Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), o seu exemplo e os seus conhecimentos provaram o ponto de vista de que o reino de Deus não é um ideal que não se possa atingir ou alguma coisa só do outro mundo, mas é alguma coisa deste mundo também, alguma coisa que existiu e floresceu no tempo do Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), e pode existir e florescer em qualquer época enquanto houver crentes sinceros e homens de fé.
4º- A ordem de Deus de que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), é o último Profeta é baseada na original e pura autenticidade do Alcorão, nos concludentes e únicos conhecimentos do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), na universalidade do Islam, e na aplicabilidade dos ensinamentos do Alcorão Sagrado para todas as situações, todas as idades e todos os homens.
Esta é a religião que transcende todas as fronteiras e consegue penetrar, apesar de todas as barreiras de raça, cor idioma, idade e estatutos de opulência ou prestígio, é a religião que assegura a todos os seres humanos, igualdade, fraternidade, liberdade, dignidade, paz, honra, guia e salvação.
Esta é a essência pura da religião de Deus, Louvado Seja, e a forma de ajuda que Ele na Sua Misericórdia sempre estendeu ao ser humano desde o início da história.
Com o Profeta Muhammad (que a paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) e o Alcorão Sagrado, culminou a evolução religiosa, no entanto, não significa o fim da história, ou que terminou a necessidade humana do guia divino, isto é só o início de uma nova aproximação, a inauguração de uma nova era, na qual o homem foi suficientemente provido de encaminhamento Divino e de exemplos práticos de que necessitava.
Este divino guia esta contido no Alcorão Sagrado, como a mais autêntica e incorruptível revelação de Deus, e estes exemplos são encontrados na personalidade do Profeta Muhammad (SWAS).
5º- Deus ordenou que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), deverá ser o último Profeta , contudo, esta Divina ordem foi uma antecipação dos grandes acontecimentos históricos que se seguiram, proclamou boas notícias para os seres humanos que deveria entrar em um novo grau de maturidade intelectual e elevação espiritual e que deveria ter de fazer ele próprio, sem novos profetas ou novas revelações, ajudado pelos ricos legados dos Profetas e as revelações, tais como as encontradas no Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e seus predecessores.
Foi em antecipação deste fato que as culturas, raças e regiões de todo o mundo se tornaram mais fechadas aos outros que o gênero humano poderia fazer bem com uma religião universal na qual Deus ocupa a Sua reta posição e o ser humano se sinta realizado.
Foi um testemunho solene para o grande papel que os conhecimentos avançados e os sérios compromissos intelectuais influenciaram em termos de levar o ser humano até Deus, é a verdade que o ser humano pode combinar os seus conhecimentos avançados e o seu forte potencial intelectual com os ensinamentos morais e adaptar-se as Leis de Deus.
A história da ascensão dos Profetas acabou com o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), para dar ao ser humano a evidência de que ele pode amadurecer na sua iniciativa própria, para dar à ciência uma oportunidade para funcionar devidamente e explicar o vasto domínio de Deus, e dar a mente humana uma oportunidade para refletir e aprofundar.
A natureza do Islam é tal que tem uma grande flexibilidade e praticabilidade e pode resolver qualquer situação, a natureza do Alcorão é sem duvida universal, sempre reveladora e segura o seu encaminhamento, a natureza da mensagem do Profeta Muhammad (que a paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) é tal que é dirigida a todos os seres humanos e a todas as gerações.
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), não foi meramente um líder racial ou um libertador nacional, ele foi, e ainda é, um homem da história e o modelo daquele que procura Deus, nele todos os exemplos podem encontrar alguma coisa para aprender, exemplos excelentes de bondade e piedade para serem seguidos.
15-Cronologia
Datas e locais importantes na vida do Profeta Muhammad (saws)(S.A.A.S.)
569 Morte do pai, `Abdullah.
570 Nascimento: Meca.
570 Fracasso do ataque abissínio sobre Meca.
576 Morte da mãe.
578 Morte do avô.
583 Viagens à Síria.
595 Conhece e casa com Khadija.
610 Início da revelação do Alcorão Sagrado: Meca.
610 Apresenta-se como Profeta: Meca.
613 Começa a pregar publicamente a sua mensagem: Meca.
614 Começa a reunir seguidores: Meca.
615 Emigração de muçulmanos para a Abissínia.
616 O clã de Banu Hashim inicia boicote econômico.
618 Guerra civil medinense: Medina.
619 Termina o boicote dos Banu Hashim.
620 Isra e Miraj.
622 Emigra para Medina (Hijra).
624 Batalha de Badr.
625 Batalha de Uhud.
628 Batalha da Trincheira.
628 Tratado de Hudaybiyya.
628 Conquista acesso ao santuário da Kaaba.
628 Conquista do oásis de Khaybar.
629 Primeira peregrinação.
630 Entra em Meca, conquistando-a pacificamente.
630 Batalha de Hunayn.
630 Cerco de al-Taif.
630 Estabelece uma teocracia: Meca.
631 Ganha os corações de quase toda a Arábia.
632 Peregrinação de despedida.
632 Falecimento: Medina.
FONTE: http://www.ccib.org.br/
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